A verba servirá para a construção da primeira etapa do reversor, que terá 14 km de tubulações e recolherá esgoto desde a empresa Solvay, no Km 38 da estrada de ferro Santos a Jundiaí, em Santo André, passando por Rio Grande da Serra, Ribeirão Pires e Mauá, onde o esgoto desembocará no interceptor Tamanduateí, daí chegando à ETE-ABC. Essa primeira etapa do reversor irá de Ribeirão Pires até Mauá; a segunda e terceira partes, que dependem de nova liberação de recursos, irão de Rio Grande da Serra a Ribeirão Pires e depois da Solvay até Rio Grande.
A construção do reversor será feita pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), que, nessa primeira etapa, investirá mais R$ 1,9 milhão. Apesar de ser comumente chamado de coletor-tronco Solvay, a tubulação será um reversor de água: irá bombear o esgoto até o interceptor, já que ele vai sair de uma região mais baixa para uma mais alta. Na área urbana de Santo André, o esgoto chega até o interceptor por gravidade. Sem as bombas, ele iria naturalmente para a Billings.
A liberação da verba é uma das oito reivindicações feitas em março pelos prefeitos da região, via Consórcio Intermunicipal, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O pedido dessa verba não é recente, teve um comprometimento dos governos federal, estadual e dos municípios e é uma obra importante para a saúde e meio ambiente da região”, afirmou Dutra.
O reversor vai custar R$ 27,4 milhões e beneficiará cerca de 100 mil habitantes (85% da população de Ribeirão Pires, todos os moradores de Rio Grande da Serra e de bairros próximos à Solvay). A Solvay também poderá lançar seus efluentes no reversor, uma exigência ambiental para obter a autorização de aumento da sua planta industrial. A obra terá duas estações elevatórias e, quando estiver totalmente concluída, chegará a uma vazão de 170 litros por segundo.
O diretor de produção e tecnologia da Sabesp, Antônio Marsiglia Netto, disse que a primeira parte do reversor será concluído entre 8 a 12 meses. “Já temos contrato licitado e assinado e vamos mobilizar a empresa contratada para começar a construção. Há ainda um pedido de novo recurso do governo federal para o exercício desse ano, mas a obra será construída até o fim de qualquer maneira.”
Além do anfitrião, o prefeito João Avamileno, de Santo André, estavam no anúncio de Dutra os prefeitos de Ribeirão Pires, Maria Inês Soares, e de Rio Grande da Serra, Ramon Velasquez.
“Temos um compromisso com a Sabesp (que administra a rede de esgoto em Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra) de que, quando o coletor ficar pronto, as redes já estarão ligadas o suficiente para que leve o esgoto até o coletor”, disse Maria Inês. O prefeito Ramon acredita que não haverá o risco de a obra parar após a conclusão da primeira etapa. “Temos um compromisso de todas as partes que garantem que a obra irá até o final”, disse.
Ribeirão Pires tem uma pequena ETE administrada pela Sabesp, que trata 31% de 80% do esgoto que é coletado na cidade. Em Rio Grande da Serra, a Sabesp trata 26% de seu esgoto por decantação em uma lagoa.
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