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Grande ABC tem 800 moradores de rua
Danilo Angrimani
Do Diário do Grande ABC
28/09/2002 | 19:36
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O Grande ABC tem cerca de 800 moradores de rua. São Paulo possui 8,7 mil. Santo André é a cidade da região que tem mais gente vivendo ao relento. São 300 pessoas nessas condições. Rio Grande da Serra, por sua vez, é o município que apresenta o menor número: sete pessoas, segundo dados fornecidos pelas prefeituras.

Um levantamento feito pelo Serviço Social da Prefeitura de Santo André revela que o morador de rua é homem, não completou o 1º grau escolar, tem entre 35 a 54 anos, está desempregado e solteiro. A maioria tem problemas de alcoolismo e nasceu no Estado de São Paulo.

A pesquisa foi realizada em um universo de 1.457 pessoas que passaram pelo atendimento municipal no período de 1º de janeiro de 2001 a 3 de maio deste ano. As outras cidades não possuem pesquisas a respeito.

O Serviço Social de Santo André verificou que muitos sem-teto preferem continuar na rua do que buscar ajuda institucional. Mendigos ouvidos pelo Diário confirmaram essa informação. Eles disseram que há muitas regras e obrigações disciplinares nos albergues, por isso preferem continuar vivendo ao relento, apesar dos riscos que essa opção oferece.

Um sem-abrigo de Santo André teve parte do pé comido por um rato. Ele estava alcoolizado e não sentiu as dentadas do animal. O rato abriu um buraco de cerca de cinco centímetros de diâmetro na sola do pé do homem, que trabalhava como carrinheiro (catador de ferro-velho) e hoje se recupera em uma instituição.

Há oito instituições, centros de convivência e albergues espalhados pela região para acolher moradores de rua, que atendem 524 pessoas. As prefeituras de São Caetano, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não possuem albergues, mas oferecem plantões sociais para encaminhamento.

A Instituição Assistencial Espírita Lar Bom Repouso, em São Caetano, é a que atende maior número de moradores de rua na cidade. São 140 pessoas e não há mais vagas. A Casa de Convivência Parque Miami, em Santo André, administrada pela Cáritas Diocesana, começou a funcionar em maio, hospedando atualmente 90 homens.

Segundo dirigentes da Cáritas, o perfil do sem-teto mudou. Hoje, o mendigo profissional, por opção, é mais raro. Muitos homens acabam na rua, empurrados pelo desemprego ou por problemas causados indiretamente pela falta de ocupação.

O Diário acompanhou um grupo de voluntários de São Bernardo que prepara e distribui alimentos quentes para os sem-abrigo. A reportagem também presenciou a atuação de 40 voluntários da Instituição Assistencial Meimei, de São Bernardo, que fornece alimento e apoio social mais amplo para os sem-abrigo.




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