Setecidades Titulo Investigações
Polícia ouvirá compradores e donos do Cartão BOM

Esquema envolve negociação ilegal de créditos de transporte

Cadu Proieti
Do Diário do Grande ABC
29/03/2012 | 07:00
Compartilhar notícia


Após ouvir Waldemar Casaroti, dono da empresa de compra e venda de créditos eletrônicos do Cartão BOM (Bilhete de Ônibus Metrooplitano) na Rua Catequese, em Santo André, a Polícia Civil irá intimar clientes a prestar depoimento no 4º DP, na região central do município, onde as investigações estão sendo realizadas.

A polícia teve acesso a seis fichas com o cadastro de 12 clientes de Casaroti, sendo que em cada documento consta o nome do dono dos créditos e de quem recebia o cartão. "Vamos ouvir todas as pessoas para apurar como eram feitas as negociações. Pelo que ele nos disse, não sabia que era ilegal o que estava fazendo", disse o delegado José Rosa Incerpi, que está à frente do caso.

As pessoas que vendiam o cartão podem responder por apropriação indébita, já que o cartão é de posse da empresa e não pode ser comercializado. Já os que compravam os créditos podem ser enquadrados por falsidade ideológica, porque utilizavam documento com identificação de outra pessoa. O delegado afirmou que irá ouvir todos os envolvidos no esquema e aguardar posicionamento do Ministério Público para saber se alguém será indiciado.

Casaroti, que intermediava as negociações, não apresentou alvará de funcionamento do estabelecimento na Rua Catequese e foi obrigado a fechar as portas da empresa. "Ele alugou uma sala comercial para poder atender os clientes, mas não tem documentação que permita a realização desse trabalho lá", relatou o delegado.

Após dar seu depoimento, Casaroti reafirmou à equipe do Diário que não tinha ciência de que era crime o que estava fazendo. "Em dez anos que trabalho na rua, nunca vi uma lei específica que me proiba de fazer esse serviço. Não tem nada que diga que fazendo isso você é um criminoso. Apenas estamos trabalhando. Isso não passa de um ganha-pão", disse.

O ambulante relatou que trabalhava como motorista, mas por conta de alguns problemas perdeu o emprego e teve de procurar outra maneira para conseguir renda. "Perdi a audição, tive problemas de saúde e estou com idade avançada. Tudo isso fez com que eu fosse para a rua trabalhar como camelô. Foi o meio que achei para sobreviver."

Casaroti pretende trabalhar mais alguns meses como ambulante, vendendo outros tipos de mercadoria, e depois partir para outro ramo. Ele diz que as tendências do mercado o levaram para o comércio de bilhetes e, posteriormente, de créditos elterônicos. "Fui levado pelas circunstâncias. Trabalhava com bilhete, mas os clientes eram antigos e apareceram com cartão. Então, comecei a comprar", relatou.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;