No mês em que completa um ano, o Villa Natural, especializado em culinária ovolactovegetariana em Santo André, tem motivos de sobra para comemorar. Sem exagero, tudo o que aconteceu na vida do casal de proprietários Alexandra e Fernando Zanoli, desde que inauguraram o restaurante naquele 12 de outubro pode ser resumido em uma palavra: sucesso.
E é sem falsa modéstia que Alexandra, responsável pelas deliciosas receitinhas do Villa, rapidamente resume a fórmula. Começa com o acerto na escolha dos alimentos. Os legumes e verduras vêm de um fornecedor confiável em Suzano (ainda não são orgânicos). Já os grãos, farinhas e especiarias são escolhidos na Capital.
As receitas são exclusivas. Alexandra, professora de Educação Física e de yoga, com pós-graduação em Nutrição Desportiva sempre gostou de cozinhar em casa de forma saudável. De tanto ouvir de parentes e amigos que deveria abrir um restaurante, abraçou a ideia.
Ela adora caprichar na finalização dos pratos, investe na diversidade de temperos e molhinhos e se preocupa em manter o ambiente agradável. É uma lista sem fim de detalhes, tudo pensado com evidente carinho.
A questão do som ambiente, por exemplo. "Isso é uma dúvida cruel. No começo não colocamos por pura falta de dinheiro, mas hoje vejo a clientela dividida. Uns pedem uma musiquinha, outros apreciam o silêncio."
Realmente, a calma reina no Villa, apesar do salão com 110 lugares dificilmente estar vazio. É simples e, com menos barulho, as pessoas conversam mais baixo. "A energia que gastamos falando alto pode ser poupada para depois ser usada melhor no trabalho", filosofa a iogue. Faz sentido. Almoçar no local rende a sensação de pausa - necessária, aliás, para qualquer refeição, vegetariana ou não.
O vegetarianismo não radical praticado pelo Villa Natural também contribui para cativar a clientela. É possível brincar a cada almoço com a grande variedade de pratos e temperos.
Por um preço único, come-se sem restrições e o risco de abusar é grande - dá vontade de experimentar um pouquinho de cada alquimia.
O sabor dos pratos que levam carne de soja costuma ser a prova dos nove para qualquer restaurante vegetariano que se preze. A reportagem provou, por exemplo, um delicioso rocambole de batata recheado com carne de soja moída. O prato estreou nesta semana. Está aprovado.
Alexandra não fica de segredinhos quando o assunto é cozinhar. Dá a dica sem pestanejar: ao hidratar a carne de soja para o preparo não se deve usar somente água. É pura lógica, uma questão de física. Se a soja já estiver saturada pela água não vai absorver o tempero.
Na carne do rocambole, Alexandra usa páprica picante, um toque de gengibre em pó, alho frito em pouquíssimo azeite. Este ponto é fundamental para a leveza dos pratos. A culinarista prefere assar a fritar. Se percebe que o arroz do bufê está ressecando, por exemplo, adiciona água, nunca óleo.
Há sempre três tipos de suco e as sobremesas não são nada insossas. Alexandra não usa açúcar refinado, mas o demerara ou o mascavo adoçam perfeitamente. Não deixe de provar o ‘danete' do Villa. Outros pratos que agradam são a lasanha de massa integral, o quiche e as ‘pizzinhas' com tofupiry e tomate seco.
As sopas são boas opções de entrada. A última invenção de Alexandra foi a de mandioquinha com maçã e gengibre. Os caldos, aliás, podem ser levados para casa em porções individuais. Para acompanhar, há o pão caseiro, também feito no local.
O local oferece cartão fidelidade que dá direito a dez refeições a serem consumidas em um mês por R$ 132. Durante a semana, o almoço sai a R$ 16,50 por pessoa.
Onde
Rua Cel. Ortiz, 726, Vila Assunção, Santo André (tel.: 2896-0065). De 2ª a 6ª, das 11h30 às 15h, R$ 16,50 por pessoa; sáb., dom., e feriados, de 12h às 15h30, R$ 19,50 por pessoa. Capacidade: 110 lugares. Cartões: sim, exceto Amex. Estacionamento: conveniado 1ª hora por R$ 1.
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