Para os moradores da Rua Aparecida, no bairro Baeta Neves, em São Bernardo, a água que corre pelas torneiras - e que deveria ser incolor, inodora e insípida - é marrom e vem acompanhada de muito barro desde o começo da tarde de anteontem.

"A água era para ser potável, mas está pura terra. Não dá nem para lavar roupa, quanto mais cozinhar", reclamou a empresária Angela Chedid, 51 anos, que nunca viu nada parecido nos 15 anos que reside no bairro.

Depois de rápida consulta, a empresária descobriu que o problema não era restrito ao seu condomínio e se repetia nas residências vizinhas e em outras ruas do bairro.

Angela também se queixou da dificuldade de se comunicar com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) pelos telefones disponíveis à população, o que classificou como "falta de respeito com o consumidor".

A Sabesp não soube o dizer o que causou o prejuízo, mas garantiu que o barro que jorrou das torneiras não foi provocado por nenhum serviço ou obra da empresa. E nem tem qualquer ligação com a manutenção realizada durante todo o dia no Sistema Rio Claro, que abastece parte do Grande ABC.

Ontem à tarde, segundo a moradora, a qualidade da água apresentou melhora. Técnicos da empresa colheram amostras. A verificação sobre a origem do problema, contudo, ainda não havia sido concluída. (Supervisão de Daniel Trielli)