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Na região, reclamar
nem sempre resolve
Camila Galvez
Renan Fonseca
18/07/2011 | 07:23
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As prefeituras do Grande ABC disponibilizam diversos canais de comunicação com população, que pode registrar reclamações ou solicitar serviços, como poda de árvores. As cidades possuem ouvidorias, sites e o telefone 156, que, juntos, registraram 32,7 mil reclamações no primeiro semestre deste ano. O problema é que as administrações não fazem a menor ideia de quantos desses casos foram resolvidos.

O único município que informou o número de demandas solucionadas foi Ribeirão Pires, que registrou 1.498 reclamações na Ouvidoria e resolveu 1.000 apenas com telefonemas, e outros 452 por vistorias no local - 46 casos ficaram sem solução.

As prefeituras informaram que o prazo para resolver os problemas varia de 30 a 120 dias. No entanto, alguns chegam a esperar anos, caso dos moradores da Rua Maurício Galante, no Parque das Garças, em São Bernardo. Ali, esperam há quatro anos a poda de árvores pedida à Prefeitura.

A vegetação tomou conta da fiação elétrica e atrapalha até mesmo a iluminação pública. "Tenho medo de deixar minhas filhas andarem sozinhas por aqui à noite", disse o ajustador Eugênio Oliveira Silva, 40 anos.

O líder comunitário Lúcio Brito dos Santos afirmou que a Prefeitura fez vistoria, mas não resolveu o problema. "Os galhos se enroscam nos fios e a vegetação começou a crescer em cima deles. Quando chove, falta luz. E ninguém faz nada", reclamou.

A Prefeitura informou que o cronograma de poda de árvores prevê atender a região do Parque das Garças em setembro.

Na Rua Piauí, no mesmo bairro, outra árvore incomoda a família da dona de casa Silvana Batista Coelho, 36. Há seis anos, ela pede a substituição do vegetal, que atrapalha a entrada da garagem e cujas raízes provocaram enormes rachaduras na casa. "Chegaram a me dizer para esperar a árvore cair e, aí sim, processar a Prefeitura."

PASSARELA
Em Santo André, o problema é a passarela Dra. Justina Infância R. Pinchiari, que passa sobre a Avenida Perimetral. A estrutura está sem muro de proteção. o que pode ocasionar acidentes com crianças. "Protocolei reclamação, me passaram o número, mas nada foi resolvido", disse o segurança Antonio Carlos Torres, 62.

Também na cidade, no bairro Santa Catarina, a porteira Andréa dos Santos, 27, registrou queixa sobre o acúmulo de lixo em frente a uma escola estadual. "Há vários meses passo por lá e vejo crianças andando sobre a sujeira." O Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André informou que enviará equipe para vistoriar o local e fazer a limpeza do passeio.

 

S.Bernardo é cidade com mais demandas

A cidade em que foram registradas mais reclamações no primeiro semestre deste ano foi São Bernardo, com 11.803 casos, seguida de Santo André (11.609), Mauá (6.771), Ribeirão Pires (1.489), São Caetano (705) e Diadema (291). Rio Grande da Serra não respondeu à solicitação.

Em relação ao mesmo período do ano passado, o número de demandas só não aumentou em Santo André, que registrou queda de 21%. Entre os serviços mais solicitados estão vistorias de pragas urbanas, com 395 demandas, apreensões de animais de pequeno porte (342) e fiscalizações de limpeza em terrenos baldios particulares (231).

Em Diadema, o número de denúncias feitas à Central Integrada de Videomonitoramento aumentou 334% no período, passando de 67 registros no primeiro semestre de 2010 para 291 de janeiro a junho deste ano. A principal denúncia foi relacionada a bares abertos após as 23h (52% do total). A Prefeitura não divulgou o número de reclamações nos demais serviços de atendimento.

Em Ribeirão Pires, as demandas da Ouvidoria, entre reclamações, sugestões, elogios, encaminhamentos e informações, cresceram 161% de um ano para o outro.

Mauá teve aumento de 43% no número de demandas registradas no 156. As principais denúncias são relacionadas a bares abertos fora do horário permitido, poda de árvores, limpeza, recolhimento de entulho ou renegociação de dívidas com a Prefeitura.

Em São Bernardo, uma mudança no sistema impediu o levantamento de dados do primeiro semestre do ano passado. De janeiro a junho deste ano, as principais queixas foram relacionadas a tapa-buraco, com 1.176 reclamações, substituição de árvores (1.033), poda de árvores (872) e desratização (837).

A Ouvidoria de São Caetano retomou as atividades em janeiro, e por isso não é possível comparar o número de demandas recebidas em 2010. Neste ano, a maioria das manifestações se concentrou no serviço de Saúde oferecido pela Prefeitura, que registrou 23% das 705 denúncias do serviço.




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