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Região tem 26% das casas com TV LCD
Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
20/02/2011 | 07:13
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O número de domicílios que possui uma TV de LCD ou de plasma no Grande ABC cresceu. Em agosto do ano passado, 26,6% das famílias tinham pelo menos um desses eletroeletrônicos, contra 14,9% no mesmo período em 2009.

Boa parte desse avanço foi proporcionado pela classe B. De acordo com a Pesquisa Socioeconômica do Inpes/USCS (Instituto de Pesquisa da Universidade Municipal de São Caetano), o percentual dessa fatia de renda que tem TV LCD ou plasma na residência passou de 22,3%, em agosto de 2009, para 38,4% no mesmo mês do ano passado.

Na mesma comparação, 12,2% das famílias da classe C afirmaram ter o produto em casa em 2010, contra 4,6% no ano anterior. O crescimento foi ainda menor na classe A, de 3,5 pontos percentuais, tendo em vista que 57,3% do grupo possuíam o bem de consumo.

Para o coordenador do Inpes/USCS, Leandro Prearo, o resultado mostra que a classe B está, economicamente, crescendo mais que as demais. "Além disso, existe uma saturação na classe A", completa, tendo em vista que mais da metade das famílias possui o aparelho.

RENDA - Prearo avalia que o consumidor compra uma TV de LCD quando as parcelas cabem em seu orçamento. Dessa forma, as classes D e E são prejudicadas, pois mesmo com o cenário de crédito farto, o custo desse eletrodoméstico é superior à sua capacidade de pagamento.

A pesquisa da USCS revela que nenhuma família entrevistada, das classes D e E, tinham TV de plasma ou LCD. Como o levantamento tem margem de erro de três pontos percentuais, é impossível afirmar que todos domicílios desse grupo não possuem o produto. Mas a possibilidade é remota.

O salário médio desses lares é de R$ 1.128,38. "E se pensar que uma TV, com pagamento dividido em algumas vezes, tenha prestações de R$ 110, o peso é grande, equivale a cerca de 10% da renda total da casa", explica Prearo.

Por outro lado, a renda média da classe B, que representa 48% dos moradores da região, é de R$ 3.669,97. Nesse caso, as parcelas de R$ 110 demandariam 3% do orçamento mensal. No caso da classe C, cujo salário familiar gira em torno de R$ 2.094,15, a prestação consumiria 5,2% do valor, ou seja, metade do peso das classes D e E.

O mesmo ocorre com os automóveis. Conforme a pesquisa, 0,3% das duas classes de consumo mais baixas tinha veículos em agosto de 2009. A situação piorou no ano passado, pois o percentual caiu para zero.

 

Mulheres são chefes de 36% das famílias das classes D e E

Segundo a Pesquisa Socioeconômica do Inpes/USCS, no ano passado 36,6% das famílias pertencentes às classes D e E tinham as mulheres como chefes do lar.

Por outro lado, quanto maior a classe de consumo das famílias, menor o número de mulheres no controle do domicílio. O levantamento revelou que na classe C o percentual era de 28,3%. Na B e A, respectivamente, 14,5% e 8,6%.

Para o coordenador do Inpes/USCS, Leandro Prearo, as mulheres têm grande participação na renda das classes D e E por meio do trabalho informal. "Muitas delas são boleiras, doceiras e manicures. E ajudam no orçamento famílias."

Ele explicou que os homens dessas famílias, que antes se declaravam chefes, acabam prejudicados no mercado de trabalho por suas idades. "Eles acabam perdendo o emprego e não têm qualificação para exercerem outras funções. Então as esposas acabam entrando no mercado informal para incrementar a renda", avalia Prearo.




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