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Mãe e filha de 8 meses são mortas
Rogério Gatti
Do Diário do Grande ABC
01/11/2006 | 22:21
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“Eu só queria minha família de volta. Gui, amo você.” Essa era a frase escrita em um bilhete encontrado ao lado do corpo de Hosana Rodrigues, de 36 anos, e de sua filha Sofia, de 8 meses. As duas foram asfixiadas terça-feira à tarde na casa do cunhado de Hosana, no bairro Jardim Cantareira, em São Bernardo. O pricipal suspeito do crime é o pai da criança e ex-marido da vítima, o supervisor de manutenção Armando Pita, 36 anos.

As suspeitas recaem sobre Pita por dois fatores. Segundo à polícia, Pita estava morando na casa do irmão havia algumas semanas e tinha a chave do local. O outro motivo é que o nome Gui, citado no bilhete, é como Armando se refere ao filho de seu primeiro casamento, Guilherme, de 5 anos.

O casal estava separado havia pouco mais de três meses e, segundo a família de Hosana, Pita não se conformava.

Hosana saiu da casa da irmã, no bairro Vila Inglesa, onde morava desde a separação, por volta das 9h de terça-feira. “Ela saiu enquanto eu não estava, e não avisou para onde ia”, conta Sara Rodrigues, 43 anos. Na casa, ela deixou ainda as roupas e apetrechos da filha Sofia espalhados pela cama. A irmã achava que ela voltaria rápido. “Ela deixou até a porta do armário aberta, coisa que ela nunca fazia”, relata Sara.

A família começou a se preocupar com a demora de Hosana e desconfiaram que ela tivesse ido se encontrar com o ex-marido. “A gente já tinha combinado que ela só deveria encontrar com ele na presença de mais gente da família”, conta Sara. Essa decisão havia sido tomada após Armando ter levado a filha embora sem avisar há pouco mais de um mês.

Enquanto a família se desesperava atrás de informações sobre o paradeiro de Hosana e de Sofia, em uma casa no bairro do Jardim Cantareira, as duas já estavam mortas.

Segundo a polícia, o irmão de Pita, João Fernades, chegou em casa por volta das 18h. Ao entrar, viu deitada na cama a pequena Sofia e ao lado dela, em um colchão no chão, Hosana. Fernandes disse que a televisão estava ligada e que achou que ambas dormiam e saiu. Ainda segundo a polícia, quando ele retornou ao local, por volta das 23h30, percebeu que elas continuavam na mesma posição. “Foi quando ele disse ter visto que as duas estavam mortas e chamou a polícia”, contou o delegado Fabiano Fonseca Barbeiro, que atendeu a ocorrência.

O policial contou que ao chegar no local identificou que Hosana havia sido estrangulada pelas próprias mãos do assassino. Já Sofia, foi sufocada. “O criminoso pode ter usado um travesseiro ou um cobertor”, constatou Barbeiro. No local do crime foi econtrado, além do bilhete, uma mala com alguns pertences da criança. A polícia ainda está em busca de Armando Pita, que não é visto desde a ocorrência do crime.

Tristeza – No velório que aconteceu quarta-feira à tarde no cemitério do Jardim da Colina, em São Bernardo, o clima era de desespero e revolta entre os familiares e amigos. “Isso nem um animal faria”, gritava enquanto chorava a irmã de Hosana, Sara.

Colegas de trabalho do último emprego de Hosana pareciam não acreditar. “Ela era uma pessoa doce. É difícil entender como alguém poderia fazer isso com ela e com a filha”, disse uma amiga que preferiu não se identificar. O enterro da mãe e da filha estava previsto para as 9h de quinta-feira.



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