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Pedreiro mantém mulher e filha reféns e fere dois policiais em São Bernardo
André Vieira
Do Diário do Grande ABC
27/11/2009 | 07:46
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O pedreiro Narciso Gomes dos Santos, 46 anos, manteve na manhã de ontem mulher e filha reféns dentro da casa da família, na Rua Lago dA Mangueira, no Jardim do Lago, em São Bernardo. Ele ameaçou as duas com um punhal, resistiu à prisão e foi atingido pela polícia por disparos de bala de borracha. Internado no Pronto-Socorro Central do município, o acusado passa bem e responderá por três crimes.

A mulher e a filha de Narciso, de 37 e 20 anos, foram feitas reféns por volta das 10h. Cerca de uma hora depois, conseguiram escapar, sem sofrer qualquer ferimento, e pediram ajuda.

Ao chegar, a polícia iniciou negociação com o pedreiro para que ele se entregasse. Sem sucesso na primeira investida, os policiais chamaram reforços e tentaram restabelecer nova comunicação, que também fracassou.

Irredutível, Narciso encerrou as negociações depois de quase duas horas de esforços afirmando que não se entregaria. Três policiais militares que se aproximaram foram atacados pelo pedreiro com o punhal, de cerca de 20 centímetros, e tiveram ferimentos leves.

Na tentativa de fazer com que o homem deixasse a casa, a polícia lançou uma bomba de gás lacrimogêneo. O artifício não surtiu efeito e Narciso permaneceu entrincheirado na residência.

Para dificultar a invasão do imóvel, o pedreiro bloqueou a porta da casa com uma geladeira e se escondeu em outro cômodo, saindo do campo de visão dos policiais.

Narciso voltou e, com um revolver calibre 38, disparou contra a polícia, que respondeu arrombando a porta e contendo o pedreiro com tiros de bala de borracha.

Socorrido por uma ambulância, Narciso foi levado para o Pronto-Socorro Central. Segundo a Prefeitura de São Bernardo, o paciente foi atingido no rosto. Ele foi submetido à exames e avaliado por neurocirurgião. Até o fechamento desta edição, Narciso estava em condição estável de saúde.

AMEAÇAS DESDE AS 5H - Os moradores do Jardim do Lago disseram que a família do pedreiro havia se mudado para o bairro há menos de 60 dias e que não mantinha muito contato com a vizinhança.

Ao delegado Frederico Prouse, do 8° Distrito Policial, mãe e filha disseram que Narciso havia dito que faria as duas reféns desde aproximadamente as 5h.

O homem afirmava que as mulheres não iriam sair de casa. Poucas horas depois, mais agressivo, fez ameaças com o punhal. Os familiares contaram à polícia que Narciso sofre de problemas psiquiátricos e que precisaria de tratamento, apesar de não frequentar médico.

O pedreiro irá responder pelos crimes de cárcere privado, tentativa de homicídio e resistência à prisão.

 Curiosos tumultuaram operação

As 11 viaturas e os cerca de 30 policiais que foram deslocados para atender à ocorrência tiveram trabalho para conter a população do bairro e fazer com que a multidão não atrapalhasse a operação. Houve tumulto e duas pessoas foram levadas à delegacia acusadas de desacato.

O grupo de curiosos, formado também por idosos e crianças, ocupou as duas pontas do perímetro de isolamento. Um homem e uma mulher reclamaram da presença da polícia, discutiram com os militares e foram detidos. No 8° DP, assinaram termo circunstanciado e responderão a acusação em liberdade.

O imóvel em que Narciso manteve a mulher e a filha reféns fica no número 210 da Rua Lago da Mangueira e é formado por sete casas simples. Cada residência tem dois cômodos e um banheiro. O aluguel custa R$ 250 e todas as unidades estão ocupadas. Ao todo, 14 pessoas moram no local.




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