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Em Santo André moradores arcam com conserto de base móvel

Vaquinha organizada por grupo garante que veículo da PM volta às ruas de Utinga

Matheus Angioleto
Especial para o Diário
22/03/2017 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


 Há meses sem poder contar com base móvel da PM (Polícia Militar) que fazia o patrulhamento na região, moradores de alguns condomínios do Jardim Utinga, em Santo André, mobilizaram-se para custear o conserto do veículo, que estava parado por problemas relacionados à embreagem.

A discussão surgiu a partir de grupo aberto criado com o propósito de debater o bairro. A fim de se evitar a burocracia e diante da necessidade de garantir mais segurança ao local, cerca de 45 pessoas contribuíram com a vaquinha. Foram arrecadados R$ 900, valor necessário à manutenção. Segundo moradores, o orçamento estimado pela PM para o conserto da base móvel seria de R$ 4.000 a R$ 6.000, incluindo câmbio, embreagem e trambulador.

Após conseguir guincho gratuito, o grupo levou a base a um mecânico no bairro Rudge Ramos, em São Bernardo, que optou por não cobrar a mão de obra para ajudar a comunidade depois de quase um mês de trabalho dos moradores.

“É a falta do Estado, que para resolver um problema relativamente simples cria a burocracia. Existe uma frustração porque ele não faz o seu dever quanto à Segurança. É uma decepção em relação ao que você tem direito e não recebe”, conta o morador Robson Freire Aguilar, 44, microempresário da área de informática e um dos líderes da mobilização.

A luta por melhorias na Segurança da região é vista por Aguilar como necessária diante de problemas de infraestrutura e assaltos frequentes. “Em uma ronda tradicional, a PM dá uma olhada e vai embora. Se ela chegar e ficar um tempo, acredito que vai inibir bastante porque o bandido visa a facilidade e não quer surpresas”, afirma.

O morador considera que o problema é uma luta diária atrás de melhorias na Segurança da região. Ele cita problemas com a perturbação em fins de semana, como o som alto e uso de drogas. “Os pedestres sofrem muito com assalto, o bairro é uma rota de fuga. O pessoal fica para lá e para cá esperando oportunidade”, afirma ressaltando casos de pedestres utilizando o celular no meio da rua.

O consumo de drogas, segundo Aguilar, traz o tráfico de drogas ao local, que, segundo ele, é percebido com frequência, além do roubo de rodas de carros. “Motoqueiros perseguindo carros também é uma coisa que não era usual e passou a se tornar comum”, aponta.

A assistente contábil Carolina Maia, 31, também fez parte da mobilização que informou a população a respeito da necessidade de reformas no equipamento. “A gente acabou se unindo porque não tinha o que fazer. Ou a gente esperava o Estado resolver ou a gente mesmo tentava resolver”, diz, ressaltando que o governo estadual não tinha prazo para consertar a base.

O problema foi solucionado, e para que o veículo volte a circular basta apenas que um entrave relacionado a uma das portas que não abre e fecha seja corrigido pelo funileiro ao qual o veículo foi encaminhado.




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