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Prejuízo com furto de água tem alta de 70%

Volume fraudado por consumidores em Sto.André passou de R$ 339 mil para R$ 576 mil

Natália Fernandjes
do Diário do Grande ABC
14/03/2017 | 07:08
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Celso Luiz/DGABC


Embora o número de fraudes relacionadas ao furto de água em Santo André tenha permanecido praticamente estável entre 2015 e 2016 – passou de 584 casos para 587 –, o prejuízo financeiro do crime aos cofres públicos teve alta de 70% no período. Levantamento feito pelo Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) mostra que o problema fez com que a autarquia deixasse de receber R$ 576,2 mil no ano passado.

O consumo médio de água dos clientes fraudadores também aumentou no período analisado: de 93,9 mil metros cúbicos para 145,5 mil metros cúbicos – salto de 55%. A média mensal de 12,1 mil metros cúbicos não faturados pelo Semasa seria suficiente para abastecer 605 famílias com quatro pessoas, conforme a autarquia.

A maior parte dos crimes corresponde à manipulação de cavaletes, o que faz com que a água fornecida não seja registrada no hidrômetro. Neste caso, 69% das fraudes é observada em ligações de clientes residenciais.

Apenas em 2016 foram registradas seis fraudes em um único endereço, na Rua Ascenção, Vila Tibiriçá. Neste caso, o cliente furtou cerca de 540 metros cúbicos de água, o correspondente a 540 caixas de água com 1.000 litros cada e prejuízo financeiro de R$ 9.400. O crime prevê desde a cobrança do valor retroativo ao mês de início das fraudes até o indiciamento do consumidor por furto, cuja pena varia de um a quatro anos de reclusão, e multa.

Além do prejuízo financeiro aos cofres públicos, o que implica em menos verba para investir em melhorias, as fraudes também podem causar a contaminação da rede pública de água, além de infiltrações, vazamentos e perda de pressão na rede, itens capazes de comprometer o sistema de abastecimento, esclarece o Semasa.

O presidente-executivo do instituto Trata Brasil, Édison Carlos, destaca que o combate a fraudes depende de fiscalização contínua das companhias de abastecimento. “É preciso trabalho de verificação do volume consumido para saber se houve aumento e se isso corresponde a crime.”

Conforme o Semasa, são realizadas em média 1.150 verificações mensais de suspeitas de fraudes em ligações abertas (com abastecimento regular) e cortadas (com abastecimento interrompido). No entanto, a autarquia ressalta a importância das denúncias por parte dos moradores, ainda tímidas (correspondem a apenas 5% do total de ordens de serviços de verificação). A central de atendimento funciona por meio do 115 ou presencialmente nos postos de atendimento.

NA REGIÃO
O volume de crimes contabilizado pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) em residências e estabelecimentos comerciais nas quatro cidades atendidas pela empresa – São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra – passou de 597 para 545 entre 2015 e 2016, o correspondente a quase 1,5 ocorrência por dia. Há duas semanas, a equipe do Diário tenta sem sucesso os dados de São Caetano e Mauá. 




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