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Força de Jedi contra a leucemia

Fã da saga ‘Star Wars’, o pequeno Mateus Valezin Pedetti enfrenta a doença com a determinação de um guerreiro, enquanto aguarda medula

Miriam Gimenes
Do Diário do Grande ABC
05/03/2017 | 09:39
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Nario Barbosa/DGABC


Mateus Valezin Pedetti, 5 anos, de Santo André, tem pouco mais de 1 m de altura, mas carrega em si a força de um Jedi. Guiado pela família e amigos, formou uma ordem de guardiões que, juntos, dominam o lado iluminado da força e são capazes de combater o mais aterrorizante dos inimigos. No caso dele, a leucemia.

Diagnosticado há dois anos com a doença, o pequeno – como se pode ver, inclusive, pela camiseta que usou durante a foto para reportagem, é fã da saga Star Wars – está à procura de um doador de medula. Para tanto, a família criou página no Facebook, 'Liga do Super Mateus', que já conta com mais de 2.000 curtidas, a fim de achar um doador não só para ele, como para outras pessoas que também precisam.

Segundo a mãe do garoto, a empresária Carla Camargo Valezin, 32 anos, a doença foi descoberta após uma febre que o acometeu durante um mês. Uma vez constatada, ele entrou na sala de cirurgia para colocar cateter e iniciar o tratamento, que durou nove meses.

“Ele teve alta, ficou bem, até voltou para a escola. Mas a leucemia voltou em agosto (do ano passado), e esse tipo, quando reincide, precisa fazer transplante, porque provavelmente, mesmo ele fazendo a químio, continuará voltando.” Esta, portanto, é a sua única chance de cura.

Enquanto isso não acontece, ele tem de fazer a químio de manutenção. “As pessoas se cadastram como doadoras no Redome (Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea), mas não atualizam esse cadastro. Às vezes, o celular muda e não é possível fazer contato com essa pessoa, isso é muito importante”, diz Carla. Segundo ela, 40% das pessoas cadastradas que são compatíveis com um paciente não são achadas.

Outra situação comum é a pessoa fazer o cadastro e, na hora que é chamada para o transplante, desiste. “É preciso ter consciência da importância que isso tem na vida de quem precisa. Não importa se é uma criança ou uma senhora de 60 anos”, ressalta Carla.

Para ser doador, deve-se estar em bom estado de saúde e ter entre 18 e 54 anos. Tem de fazer o cadastro na Santa Casa de São Paulo (Rua Dr. Cesário Mota Júnior, 112), com agendamento prévio pelo telefone 2176-7249, já que tem de ser coletado o sangue no momento da inscrição. Informações no site redome.inca.gov.br.

CAVALEIRO JEDI

Enquanto isso, Mateus corre, literalmente. O garoto sonha em ser youtuber, voar e se tornar o Flash – “o homem mais veloz do planeta”, frisa –, encontra na sua inocência a força para vencer essa luta. “Ele entende que está fazendo tratamento. Tem dia que fala o remédio que tem de tomar.”

E a forma lúdica com que a família tratou o problema – chamam a medula de princesa, a única que pode ajudá-lo nesta batalha – é essencial no seu dia a dia. “Os remédios da químio são coloridos e nós colamos desenhos de super-heróis nas bolsas, que dizemos ser o superpoder.” E Mateus completa: “Quando tomo remédio azul, o xixi sai verde”.

Como disse Michael Jackson, “a magia, a maravilha, o mistério e a inocência do coração de uma criança são as sementes de criatividade que vão curar.” Neste caso, que a inocência – e a medula – cure Mateus. 




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