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Enterro de mãe e filhas comove Ribeirão
Tiago Dantas
Do Diário do Grande ABC
23/01/2010 | 08:57
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A morte de mãe e duas filhas após um deslizamento de terra comoveu os moradores de Ribeirão Pires. Cerca de 300 pessoas acompanharam, na tarde da última sexta-feira, o velório e o enterro da confeiteira Analice de Oliveira Santos, 36 anos, e das meninas Ana Maria, 14, e Ana Lídia, 8, no Cemitério Municipal São José.

Marido de Analice e pai das crianças, o funcionário público Manoel Bispo dos Santos, 45, não teve forças para assistir à cerimônia inteira. Ele escapou por pouco do desastre. Meia hora antes de um deslizamento de terra destruir sua residência, ele tinha saído com o carro para o trabalho de funileiro na Prefeitura de Mauá.

Desde a manhã da última quinta, quando viu o imóvel destruído e foi informado que as filhas estavam mortas, Manoel está em estado de choque. O funcionário público ficou menos de cinco minutos na sala do velório. Por volta das 13h, foi levado para o Hospital São Lucas, acompanhado por um enfermeiro e uma psicóloga.

Manoel voltou às 16h30, horário marcado para o enterro, dentro de uma viatura da GCM (Guarda Civil Municipal). Um irmão e dois profissionais da área médica ampararam o funileiro enquanto as vítimas do deslizamento eram enterradas. Terminada a cerimônia, Manoel voltou à viatura da GCM, caminhando com muita dificuldade e sem dizer uma única palavra aos parentes.

"É muito difícil para ele. O cara ficou sem chão. De um minuto para o outro perdeu tudo", diz Pedro dos Santos, 49, um dos oito irmãos mais velhos de Manoel. "A casa, a gente ainda constrói outra. Mas a mulher e as filhas não voltam nunca mais. A gente tem que dar muita força para ele nessa hora", afirma.

HOMENAGEM - Até quem não conhecia as vítimas foi ao velório prestar sua última homenagem. "Soube que ia ter o enterro e vim fazer uma oração", disse a aposentada Margarida Silva, 62. O padre José de Santana tentou confortar os ânimos: "Tudo tem uma explicação na vida, e Deus sabe o problema de cada um", afirmou, antes de ler o Salmo 129. "Perdi uma boa filha e duas netas. Elas faziam muitas coisas boas para mim. E é disso que vou me lembrar para sempre", disse o aposentado Esaltino de Oliveira Moreira, 65, pai de Analice.

 




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