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Humanização nos cuidados com bebês prematuros faz a diferença

Em média 9% dos nascimentos do HMU, em S.Bernardo, requerem atenção intensiva atualmente

Yara Ferraz
05/02/2017 | 07:34
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Celso Luiz


O momento mais esperado por uma gestante, após nove meses de gravidez, é segurar o filho nos braços e levá-lo para casa com saúde. Porém, devido à série de fatores, bebês que nascem prematuros (antes de 37 semanas de gestação) precisam permanecer internados, mesmo após a alta da mãe, para receberem cuidados específicos. No HMU (Hospital Municipal Universitário), em São Bernardo, esse universo corresponde a 9% dos nascimentos observados em 2016, média de 36 ocorrências entre os 400 partos mensais.

Para ajudar as mães e os bebês, a principal aposta do equipamento de Saúde é o cuidado humanizado por meio do método canguru. O modelo de assistência ao recém-nascido prematuro prevê que o bebê seja colocado em contato com a pele da mãe para sentir tanto o cheiro quanto o calor materno. Atualmente, são oito os bebês participantes do método, que estimula o aumento do vínculo entre mãe e filho. 

Conforme explica a coordenadora da enfermaria neonatal do HMU, Cássia Mazzari Gonçalves, as mães que visitam os filhos prematuros na unidade de Saúde diariamente ficam com os filhos na posição canguru. “Ela evita que o bebê sinta frio por causa do calor da pele da mãe e também que ele tenha algum refluxo. É a posição mais segura.”

Para a moradora do bairro Ferrazópolis, Jussara Bezerra de Melo, 24 anos, o cuidado humanizado é novidade. Mãe da pequena Yasmim, 5, ela teve o vínculo com os filhos mais novos, Henrique e Felipe, com pouco mais de um mês de vida, no hospital. “Quando eu descobri a gravidez, tomei um susto. E, na hora do ultrassom, ainda eram dois. Não estava planejado, mas foram duas bênçãos para mim e toda a nossa família. É amor em dobro”, contou.

Divorciada, Jussara mora com os pais e estava desempregada há quase um ano. Para ela era tempo de procurar um emprego em área diferente da que trabalha, em vendas. No início de dezembro, passou mal e precisou ser levada às pressas ao hospital, onde foi realizada uma cesárea. “Meu namorado e eu ainda não planejamos se vamos nos casar, mas acho que é algo que vai acabar acontecendo. Agora, quero ir para casa com eles (Henrique e Felipe), porque o cantinho dos dois já está lá preparado.”

A expectativa é a de que os bebês tenham alta nos próximos dias. A liberação acontecerá assim que os pequenos baterem a marca de 1,6 quilo. Ainda assim, os nenéns continuam a ser acompanhados pela equipe médica por meio de consultas diárias, até que atinjam peso de 2,5 quilos. “O procedimento evita infecções e dá mais segurança para o neném. Além de já ajudar na adaptação em sua própria casa”, explicou Cássia.

Auxiliar de portaria no Bairro dos Casa, Lucimar Lima Santos, 38, está reapredendo os cuidados básicos necessários aos bebês. Isso porque o pequeno Davi, filho caçula, também não estava nos planos, já que ela é mãe de Jeferson, 18. 

O nome bíblico, de pequeno garoto corajoso que matou o gigante Golias, não foi escolhido à toa. O bebê nasceu por meio de cesárea de emergência aos sete meses, após gestação complicada pela hipertensão.

Ainda não há previsão de quando Davi, hoje pensando 1,6 quilo, terá alta médica, mas a expectativa é a de que a liberação ocorra em breve. “Estou muito feliz, porque me sinto uma mãezona. Foi tão complicado, fiquei com muito medo de perder o meu menino. Hoje estou ansiosa para ter ele pertinho de mim”, afirmou, emocionada Lucimar. 




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