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Famílias têm até amanhã para desocupar área

Apesar de acordo com a Justiça, parte do grupo ainda se recusa a deixar terreno em S.Bernardo

Leonardo dos Santos
especial para o Diário
01/12/2016 | 07:07
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Marina Brandão/DGABC


Embora comissão de moradores e a promotoria responsável pelo caso tenham acordado a desocupação pacífica de terreno público na Vila São Pedro, em São Bernardo, até amanhã, parte das cerca de 1.000 famílias instaladas na área desde 2 de outubro ainda se recusa a deixar o local. Após reuniões, a Prefeitura se comprometeu a oferecer auxílio-aluguel no valor de R$ 315 por três meses para o grupo.

A equipe do Diário esteve no local na manhã de ontem e, ao contrário do que era esperado pela liderança do grupo, não havia qualquer movimentação de retirada dos itens da área. Isso porque muitas famílias ainda consideram a oferta da administração municipal insuficiente. “Um aluguel por esses lados é, no mínimo, R$ 500. Tenho família e filhos para cuidar. Não consigo emprego”, destaca Josias Alves, 43 anos.

Com mulher e filha de 7 meses, Bruno Dante, 22, está incerto sobre o futuro. “Estou desesperado. Muitas pessoas nos julgam, mas não estão em nossa situação. Eu vou atrás de emprego, mas simplesmente não consigo”, lamenta. “Moradia é um direito de todos. Ninguém gosta de estar aqui, mas não temos para onde ir.”

“Nós podemos viver aqui. É só autorizarem. Não queremos atrapalhar ninguém, só ter uma casa”, ressalta Maria do Socorro Silva, 56. “Eu tenho casa, mas muitas pessoas aqui, não. Estou com muito medo do que pode acontecer com elas.”

“Boa parte das famílias aceitou a proposta da Prefeitura. Mas outros moradores exigem um auxílio-aluguel de valor maior”, comenta Maria Neuma Marques de Souza, 40, uma das líderes do movimento. “Eles deram um prazo curto demais para desocuparmos. Eu optei por sair para evitar confusões e que meu filho se machuque”, ressalta ao se referir ao risco de reintegração de posse em caso de não cumprimento do acordo.

Além de oferecer auxílio-aluguel, transporte para que os moradores possam voltar ao lugar de origem, além de apoio técnico para inserção das famílias no programa Minha Casa, Minha Vida Entidades, a Prefeitura voltou a observar os riscos de desabamento da área perigosa. A administração enviou notificação aos moradores, afirmando que “os que permanecerem na área serão desalojados com apoio e força policial”. 




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