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Novos casos de HIV têm queda de 25,31%

Cinco das sete cidades registraram 475 diagnósticos da doença neste ano e 636 em 2015

Victor Hugo Storti
especial para o Diário
01/12/2016 | 07:07
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Celso Luiz/DGABC


Levantamento feito pelo Diário mostra que foram registrados 475 novos casos de infecção pelo vírus HIV neste ano em cinco das sete cidades – Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema e Mauá. O número é 25,31% menor do que o observado no mesmo período de 2015, quando houve 636 registros. Hoje, Dia Mundial de Luta Contra a Aids, infectologista alerta para a necessidade de melhorar o trabalho de prevenção, principalmente entre a população mais jovem em relação ao problema.

Pelo menos 6.722 moradores destes municípios convivem com a doença atualmente e, desde janeiro, foram contabilizadas 76 mortes em razão do mal. Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não responderam aos questionamentos até o fechamento desta edição.

Dados divulgados ontem pelo Ministério da Saúde apontam que 827 mil pessoas vivem com HIV/Aids no Brasil. Dessas, cerca de 112 mil não sabem que estão infectadas. Segundo a Pasta, a epidemia no Brasil está estabilizada, com cerca de 41,1 mil novos casos ao ano.

De acordo com a infectologista Valéria Telles, a falha no trabalho de prevenção ainda é um dos grandes entraves que colaboram para que o número de novas infecções permaneça estável. “Ainda não conseguimos conscientizar a população da importância da prevenção. A camada mais jovem (da população) está se infectando cada vez mais por conta da não utilização do preservativo”, disse. A especialista considera necessária a elaboração de estratégia capaz de sensibilizar os jovens, que iniciam a vida sexual cada vez mais cedo. “Há estímulo à sexualidade precoce, seja com música ou enfoque dado ao corpo pela mídia.”

O diagnóstico precoce do HIV, assim como em qualquer doença, é o melhor cenário para tratamento eficaz. “A terapia disponível hoje em dia avançou muito. São menos comprimidos, menos efeitos colaterais. O paciente se adapta ao tratamento e leva uma vida normal”, completou.

Arnaldo de Souza, 48, portador do vírus HIV há 20 anos, conta que descobriu a sorologia positiva quando era morador de rua. “Minha vida era muito desregrada. Comecei a sentir os sintomas e, no hospital, foram feitos os exames que comprovaram que estava infectado.”

Souza, que hoje vive na Casa de Apoio Amor à Vida, em São Bernardo, afirma que, com o uso das medicações adequadas, leva vida normal. “No começo do tratamento era muito ruim, porque o meu organismo não respondia direito. Hoje em dia eu como bem, durmo bem, minha disposição é boa e faço minhas atividades, caminhadas e passeios pelo bairro normalmente.”

Ainda segundo o munícipe, a luta contra a doença é um exercício de esperança diária. “Tem que ter força de vontade muito grande. Se a pessoa fraquejar fica mais difícil. A esperança é que amanhã vai ser melhor do que foi hoje”, concluiu.

As prefeituras programaram atividades gratuitas direcionadas à prevenção do HIV/Aids durante a semana, como distribuição de panfletos informativos e de preservativos, além de realização de testes rápidos. 




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