A constante falta de água no bairro Jardim, em Santo André, tem tirado o sono dos moradores e comerciantes há pelo menos três meses. As saídas são os caminhões-pipa ou colocar mais caixas-d'água.

Proprietário de uma pizzaria, Marco Debbellis é um dos que têm enfrentado o problema. Segundo ele, a falta d'água ocorre com mais frequência aos fins de semana e à noite.

Não é apenas Debbellis que reclama da situação. Valter Bernardes, gerente de um restaurante, conta que também sofreu com o problema por muito tempo. "Normalmente, a água chegava só de madrugada, então a turma da manhã tinha que cuidar da louça suja que ficava na pia. O trabalho era dobrado para eles."

Cansado de reclamar com o Semasa, empresa que cuida do saneamento básico na cidade, os responsáveis pelo estabelecimento decidiram, há um mês, arrumar uma solução por conta própria. Uma bomba foi instalada em um novo reservatório para abastecer outras caixas mesmo quando a água da rua não vem com pressão suficiente. "Depois disso, nunca mais tivemos problemas", diz Bernardes.

As residências também são prejudicadas com a falta d'água. Segundo José Neto, porteiro em um edífico no bairro, todos os dias os moradores são alertados para fazer economia. A calçada em frente ao prédio não é lavada há 15 dias. "Hoje (ontem) mesmo contratamos dois caminhões-pipa para abastecer as caixas."

De acordo com Neto, o zelador do edifício liga diariamente para o Semasa em busca de uma solução. No entanto, até agora nada foi feito. Os comerciantes também procuram a empresa com frequência. "Ninguém apareceu por aqui ainda. Só foram feitos protocolos via telefone", diz Debbellis.

Em nota, o Semasa informou que está agendando reunião com a presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, Dilma Pena, para discutir as irregularidades apresentadas no abastecimento para Santo André, já que 94% da água consumida na cidade são fornecidos pela companhia.