Estamos diante de um filme sem medo da emoção, apoiado na força cênica de dois grandes atores e lapidado por uma engenharia sonora capaz de dar realce às explosões das bombas numa Alemanha em cinzas. Dirigida pelo ator suíço Vincent Perez, celebrado nos anos 1990 como galã em cults como A Rainha Margot (1994), a produção parte de uma narrativa clássica, com padrão de Oscar, para reviver a luta do casal Quangel, que, entre 1940 e 1942, espalhou secretamente, por toda Berlim, cartas difamando Hitler e seu governo, pelo descuido com seus soldados.
Com um pé fincado no romantismo, ao retratar a paixão inabalável entre os Quangel, Alone in Berlin usa como referência de seu roteiro um romance publicado pelo escritor Hans Fallada em 1947, com base em arquivos confidenciais sobre os Quangel retirados dos acervos da Gestapo, a polícia secreta nazista. Na trama, conforme os Quangel vão distribuindo secretamente suas cartas por Berlim, as autoridades nazistas começam a temer uma conspiração e colocam o inspetor Escherich, vivido por Daniel Brühl (de Bastardos Inglórios), no encalço dos traidores da pátria. Os oficiais de Hitler só não percebem que ele também tem queixas ao regime. É, portanto, um longa sobre fé: na vida, no amor e na resistência.
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