Já há algum tempo, os celulares deixaram de ser apenas aparelhos que fazem ligações para se tornarem pequenos centros eletrônicos de diversão. Junto à função de telefone, muitos acumulam no mesmo espaço câmeras de fotografia e vídeo, jogos interativos e MP3 Players.

"Com a maior integração de tecnologias nos celulares, fica difícil escolher um que apenas faz ligações. É mais prático ter tudo em um só lugar", diz o designer André Fukuda, 23, de São Bernardo.

Em 2007, ele decidiu que era hora de trocar de aparelho. Tinha em mente um determinado modelo, mas optou por outro por causa da melhor câmera e de uma memória maior para guardar arquivos, como faixas musicais. Fukuda aproveita a facilidade de baixar músicas pela internet para ter um grande acervo na palma da mão. "Não uso a função do próprio celular para ter as músicas. Demora e sai caro no final." Este ano, ele procura um novo telefone, sempre levando em conta os diferenciais.

O fato de um novo aparelho disponibilizar uma enorme lista de arquivos para serem ‘baixados' de forma correta pode fazer com que os consumidores optem por esse sistema. Segundo o publicitário André Ruiz de Rezende, 21, também de São Bernardo, "é quase impossível ir contra a correnteza de downloads de músicas, mas essa é uma forma de legalizar o que muitos fazem sem a noção de que é ilegal".

Antenado com as novidades eletrônicas - entre elas o setor de telefonia móvel -, o publicitário ressalta que outros celulares também chegaram ao mercado com a restrição de compartilhamento de arquivos, mas rapidamente a limitação foi contornada. "Alguém sempre consegue burlar esse bloqueio. Até hoje, não houve uma mídia que não foi destravada. A questão é saber quanto tempo isso vai levar".