Até o fechamento do inquérito policial e apresentação da denúncia à Justiça, as dúvidas relacionadas à ação do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) no dia da invasão do apartamento continuarão rendendo declarações divergentes de especialistas e envolvidos no caso. Acompanhe os principais comentários feitos até a noite de ontem.
“As críticas ao Gate, nesse momento, são inapropriadas. Isso tem de ser avaliado com profissionalismo. Topamos com uma pessoa com sinais de desequilíbrio.”
“O Gate tem uma experiência longa, muito positiva. Na ameaça de se matar um refém, eles entraram. Eles dizem que ouviram um tiro e depois um grito.”
“Nós não erramos. Se tivéssemos de voltar atrás, faríamos tudo de novo. O resultado ruim não foi produzido pelo Gate, mas pela ação de Lindemberg. Fizemos de tudo para preservar a vida dos três, mas explosão não deu o efeito que nós queríamos. Se a porta tivesse aberto por inteiro, com certeza não daria tempo dele reagir.”
“Só atirei depois da invasão".
Lindemberg Fernandes Alves, em declaração à advogada de defesa
“Ele não sabia o que fazer pois esperava encontrar Eloa sozinha no apartamento.”
Nayara Rodrigues da Silva, em depoimento à polícia
“Eu consigo perdoar ele (Lindemberg), de todo meu coração, mas que a justiça seja feita. A polícia não teve culpa de nada. Eles lutaram como eu lutei, choraram comigo.”
“Ele traiu minha vontade de fazer a defesa. Estou renunciando. Fechamos com ele no sentido de que nada lhe aconteceria. Ele se prontificou a liberar as meninas.”
“O Gate tem o grau de letalidade mais baixo em casos como este.
Os únicos pontos a serem questionados são a volta de Nayara, que complicou o quadro, e a informação de que houve um tiro pela manhã.”
Coronel José Vicente da Silva Filho, ex-secretário nacional de Segurança Pública
“Situações passionais são diferentes de um caso de extorsão, por exemplo. A pouca idade do seqüestrador e das vítimas, além do local de difícil acesso fizeram com que caso se arrastasse.”
Eduardo Ferreira dos Santos, psicanalista do Hospital das Clínicas
“Eu mesmo expliquei as implicações jurídicas para Lindemberg (por telefone). Todos os esforços foram feitos.”
Augusto Rossini, promotor designado pela Procuradoria para acompanhar o caso
“A volta de Nayara ao cárcere foi uma situação muito grave, ela entrou livremente no local. A ação viola todas as normas do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).”
“Essa decisão é, no mínimo, equivocada. Acredito que deva existir gente mais capacitada para negociar do que uma adolescente de 15 anos.”
Ariel de Castro Alves, presidente do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos
“Ela não tinha permissão para entrar. Era para parar no primeiro lance de escadas. Não foi a polícia que pediu para que ela fosse em direção do seqüestrador. Foi reação dela.”
“Nunca vi uma coisa dessas. Acho que foi burrice da polícia colocar a Nayra de novo.”
Luiz Alves, vizinho de Eloa
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