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Prefeitura atrasa obras contra enchente na Vila América
Nelson Donato
Especial para o Diário
18/10/2016 | 07:00
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 A aproximação do período de chuvas tem gerado preocupação para os moradores da Vila América, em Santo André, um dos bairros mais afetados pelos alagamentos. As obras de melhoria do piscinão da área, situado na Avenida Capitão Mário de Toledo Camargo, e que prometem melhorar a drenagem do local, estão pelo menos 30 dias atrasadas.

Orçada em R$ 2,8 milhões, a otimização tinha previsão de ser concluída em 120 dias, ou seja, em setembro, conforme placa instalada no local. No entanto, as tubulações, que já deveriam ter sido instaladas, estão espalhadas em canteiros da Avenida Pedro Américo. A intervenção também destruiu parte da ciclovia municipal, que liga a região da Vila Luzita ao Centro da cidade, ainda não inaugurada, e que custou R$ 1,3 milhão, R$ 190 mil por quilômetro.

A justificativa do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), autarquia responsável pela obra, para o atraso é que “ocorreu a interferência de uma caixa de aterramento da Eletropalulo, que tinha dimensões fora do padrão e diferente do cadastro apresentado”, o que estendeu o prazo estipulado anteriormente para 180 dias, até dezembro.

Conforme a administração, a intervenção permitirá o aumento da vazão do reservatório dos atuais 120 litros por segundo para 720 litros por segundo. A obra reforça as tubulações de esgotamento de água do piscinão, com a implantação de nova rede de 320 metros de extensão e 800 milímetros de diâmetro entre o tanque e o trecho do Córrego Guarará ao lado do Atacadista Roldão, para onde a água será bombeada diretamente, com a ajuda de três bombas.

Morador antigo do bairro, o aposentado Israel Justo, 86 anos, relembra os momentos de tensão vividos durante os alagamentos, que atingiam até dois metros de altura. “Foram anos muito difíceis. Moro na parte alta, mas via o drama dos vizinhos que perderam tudo. O bairro todo ficava intransitável. Depois que construiu o piscinão, houve melhora, mas nos dias de chuva mais forte ainda enche.”

O aumento das precipitações gera apreensão no local, apesar de a maioria das casas ser equipada com comportas. “Já perdi muita coisa quando a água sobe. Já tive de comprar móveis, portas. Fora a dor emocional”, lamenta o faxineiro Ademir Paulista, 37.

“Fizeram algo caro (a ciclovia) e agora destroem pouco tempo depois. Mostra o descaso com o dinheiro do povo”, desabafa o aposentado José Raimundo Nunes dos Santos, 71.

 

 




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