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USP realiza exposiçao de colagens
Ricardo Ditchun
Da Redaçao
15/05/1999 | 16:12
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Pablo Picasso, Georges Braque, Juan Gris, Robert Rauschenberg, Marcel Duchamp, Richard Hamilton, Kurt Schwitters, Tom Wesselmann, Auguste Rodin e, sobretudo, Max Ernst. Além de geniais, esses artistas se debruçaram, em algum momento de suas carreiras, sobre a colagem. Mas a técnica, no Brasil, ainda enfrenta preconceitos, apesar da qualidade exibida nas obras de, entre outros, Sérgio Lima, Wesley Duke Lee, Olney Kruse, Niobe Xandó, Tide Hellmeister, Astrid Salles e a pioneira Tereza D'Amico. Com o objetivo de transformar essa situaçao, o Centro Universitário Maria Antonia - USP abrigará, de 27 deste mês a 4 de julho, a coletiva Caminhos da colagem: fascínio e multiplicidade de idéias, uma espécie de retrospectiva que inclui trabalhos de 50 artistas, sendo quatro do Grande ABC: Deni Saez, Edson Lourenço, Saulo di Tarso e Tony Gonzagto.

A exposiçao tem curadoria de Robert Richard, um dos fundadores da AAPC (Associaçao dos Artistas Plásticos de Colagem) e, conseqüentemente, uma das pessoas que mais se esforça para divulgar a técnica. Richard divide seu tempo entre Sao Paulo, Mauá e Ribeirao Pires, cidades em que desenvolve - ou já desenvolveu -, por meio de sua empresa, a Première Club - Cinema e Espetáculo, projetos de recuperaçao de salas de cinema de rua. A AAPC surgiu em 1980, organizou cursos e três bienais (1980, 1982 e 1986). Mas, em funçao dos efeitos negativos provocados pela intervençao do presidente Collor na economia, a entidade perdeu sua sede paulistana, em 1994, bem como suas atividades.

"Essa exposiçao é o ponto de partida para a retomada da AAPC. Em pouco tempo, desde o segundo semestre de 1998, conseguimos encontrar 50 artistas, entre antigos sócios e novos interessados. A faixa etária varia dos 18 aos 84 anos, caso de Niobe, uma artista que sempre defendeu a colagem. Cada um deles mostrará uma obra, antiga ou feita especialmente para esta mostra", explica Richard, que também preparou um trabalho. O próximo passo, afirma Saez, artista de Mauá, é conseguir uma nova sede para a AAPC - a opçao está entre Sao Paulo e Santo André - e, depois, preparar novos eventos, lançamentos de livros e a 4ª ediçao da bienal para 2000.

A colagem pode assumir denominaçoes variadas, como decoupé, fotomontagem, assemblage, object trouvé ou collage. No Brasil, surgiu na década de 60, graças a Tereza D'Amico, que retratou a essência feminina. Do ponto de vista de uso de material, vale tudo na colagem, mas engana-se quem pensa que o resultado é descompromissado e de valor artístico superficial.




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