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Dengue ameaça
três cidades no verão
Maíra Sanches
30/09/2011 | 07:26
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Os moradores da região devem se preparar para enfrentar mais uma estação quente com risco alto de contaminação pelo mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. As situações mais preocupantes, segundo levantamento da Secretaria Estadual da Saúde, estão em 283 municípios, entre os quais, São Bernardo, São Caetano e Diadema.

O mapeamento foi feito com base em indicadores como incidência de dengue nos piores anos da doença no Estado, série histórica de casos nos últimos dez anos, índice de infestação predial do mosquito e densidade populacional.

Os municípios da região incluídos na lista realizam ações de combate durante todo o ano. São feitas visitas a pontos estratégicos, imóveis especiais, que são áreas com grande circulação de pessoas, como escolas e unidades de Saúde, além de nebulizações e visitas periódicas casa a casa.

A Prefeitura de Diadema não especificou os bairros com maior incidência do mosquito. Em São Bernardo, as áreas consideradas mais problemáticas são Alves Dias, bairro dos Casa e Cooperativa. Já em São Caetano, as equipes da Prefeitura enfrentam resistência para entrar nas casas dos moradores do Jardim São Caetano.

As duas cidades revelaram que ainda falta colaboração dos moradores em quesitos básicos e indispensáveis para erradicar os focos de reprodução do mosquito. "Nossa prevenção é permanente. Se a população colaborasse mais, não teríamos tantos casos e a prevenção seria melhor. Não há aplicação de multa se algo estiver errado, apenas damos orientações", disse Melissa Valtier, coordenadora da campanha do combate à dengue da Prefeitura. Cerca de 75% dos problemas de transmissão na cidade são relacionados ao descuido com vasos de plantas, que acumulam água parada.

Em 2005, foram registrados quatro casos na cidade, contra 81 em 2010 e 32 em 2011. "É uma tendência estadual. Não tem como a cidade ficar isolada", explicou.

Em São Bernardo, onde em 2005 foram registrados 24 casos, chegou à marca de 324 no ano passado. Em 2011, o número já chega a 170. "Apesar das ações de controle, esse aumento era esperado pelos municípios. Mas, se não houver parceria com a população, teremos uma epidemia. Ainda nos deparamos com erros primários", disse Fabiana Paniágua, chefe da Divisão de Veterinária e Controle de Zoonoses da Prefeitura. Em Diadema, foram 361 casos apenas neste ano, contra 277 em 2010.

Na tentativa de incentivar o combate ao mosquito no verão, o Estado convocou os prefeitos dos 283 municípios para participar do encontro Unindo Forças contra a Dengue, segunda-feira, na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, quando será divulgado o plano estadual de combate à doença. No Estado, foram computados até agora 76,8 mil casos de dengue, em 2011. O número é 60% inferior ao total do ano passado, quando houve 189,3 mil.

"A entrada em circulação do subtipo 4 do vírus da dengue no Estado aumenta o número de pessoas suscetíveis à doença, ampliando o risco de casos graves e óbitos. Por isso, essa mobilização é fundamental para que os municípios estejam preparados tanto do ponto de vista de controle do vetor quanto na adequada assistência médica aos pacientes com suspeita de dengue", afirmou Giovanni Guido Cerri, secretário estadual da Saúde.




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