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Alunos da UFABC cobram segurança no bairro Bangu

Estudantes colhem assinaturas em Santo André

Cadu Proieti
Do Diário do Grande ABC
08/03/2012 | 07:00
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Os alunos da UFABC (Universidade Federal do ABC) de Santo André decidiram fazer abaixo-assinado, que será enviado à Secretária de Segurança Pública do Estado, para cobrar mais segurança no entorno do campus, localizado no bairro Bangu. Em setembro, reportagem do Diário mostrava a preocupação de estudantes e comerciantes com problemas de segurança. Até o momento, já foram colhidas cerca de 2.300 assinaturas via internet. O movimento terá duração de duas semanas.

"Resolvemos realizar algumas ações para chamar a atenção para esse nosso problema, que já vem acontecendo há bom tempo", afirmou Josiane Manteiga de Oliveira, presidente do Diretório Central dos Estudantes da universidade.

Segundo relatos dos estudantes, os principais locais onde ocorrem os crimes são nas ruas Santa Adélia e Abolição, caminho para quem mora próximo à faculdade, e em praça localizada na frente do hipermercado ao lado da instituição, que é trajeto dos alunos que vão para a Estação Santo André.

"Fui assaltado em setembro. Estava indo para a estação, um rapaz chegou e pediu o celular. Pensei em fugir, mas logo depois chegaram mais dois e tive de entregar", relatou o estudante Roberto Silva de Andrade, 20 anos.

Desde 2007, a UFABC disponibiliza ônibus gratuito para transportar alunos e funcionários entre os campi e terminais da região. O sistema tem sido a saída dos universitários para fugir dos riscos. "Depois que fui roubado, só vou embora com o ônibus da faculdade", disse Andrade.

Quem ainda faz o trajeto até a estação a pé resolveu intensificar atenção e cuidados. "Por causa dos assaltos, temos saído em grupos para não ter perigo", afirmou Alexandre Val Koiyama, 24.

Número de registros impede policiamento intensivo no local

Segundo levantamento da Polícia Militar, de 1º de dezembro até 7 de março foram registrados apenas oito boletins de ocorrência (BO) no entorno da UFABC. O coronel Roberval França, responsável pela Polícia Militar do Grande ABC, afirmou que para instalação de base naquela região é necessário volume maior de registros. "Pelas informações que temos, o número de ocorrências é baixo. Quando temos alto índice de registros em uma área, intensificamos ações. Isso não está acontecendo lá", disse.

França relatou que as ruas ao redor da faculdade já fazem parte de plano de operação da polícia. "As viaturas estão programadas para passar por lá fazendo ações preventivas. Por conta desse trabalho, o número de BOs é baixo", afirmou. O coronel salientou que as rondas podem ser auditadas e acompanhadas por meio do sistema de monitoramento eletrônico instalado recentemente, através de tablets.

A presidente do diretório Central dos Estudantes da UFABC, Josiane Manteiga de Oliveira, justificou o baixo número de boletins de ocorrência por causa da distância entre o distrito e a universidade. "A delegacia é muito longe, e por isso os alunos que são assaltados deixam de fazer o BO."

Josiane afirmou que pensa em solução para o problema: "Solicitamos à faculdade um ônibus para levar todos os alunos que foram assaltados no último mês para fazer registros de ocorrência em massa na delegacia. Dessa forma, poderemos mudar esse cenário."

O coronel França prometeu enviar ofício à reitoria da universidade pedindo autorização para dar explicações aos alunos sobre segurança e a importância do registro dos crimes.




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