A Prefeitura de Santo André reconheceu ontem a necessidade de reforma geral e ampliação da UBS (Unidade Básica de Saúde) do Centreville, após críticas de usuários sobre a condição precária em que são realizados os atendimentos. A UBS é alvo de reclamações da população não apenas pela ineficiência no atendimento, mas também pelas más condições estruturais, que impedem a oferta de um serviço qualificado à população.

De acordo com a Prefeitura, o equipamento consta na segunda leva de unidades de Saúde que receberão intervenção até o fim deste ano. Somente após o primeiro lote de obras, de 12 unidades, que deverá terminar em até dois meses, será possível iniciar as novas intervenções. Nas primeiras unidades, o custo do investimento será de R$ 1,5 milhão.

A unidade do Centreville aparenta estar abandonada, e a identificação só é possível através de um cartaz que anuncia a campanha de vacinação contra a gripe. No interior, as paredes são remendadas, como se realmente estivesse em obras, e é possível avistar o telhado pela falta de um forro.

Funcionários que preferiram não se identificar disseram que esperam uma intervenção há meses, e que o local não comporta sequer a água da chuva, que molha as salas em épocas mais críticas. Apesar disso, os profissionais alegaram que, mesmo de forma limitada, mantêm os ambientes higienizados e em ordem para a realização de assepsias.

Já sobre o atendimento, mais insatisfação. O corpo médico formado por um ginecologista, dois clínicos gerais e dois pediatras parece não ser suficiente para suprir a demanda da população do bairro. "A demora é tanta para conseguir um agendamento que até esqueço da data. Já perdi consulta porque só consegui para quatro meses depois", reclamou a dona de casa Maria Elisa dos Santos, 44 anos. "Estou desde janeiro na fila para passar com a ginecologista", reclamou a amiga Jucimara de Souza, 32, que chegava para tentar marcar uma consulta pediátrica para o filho.

Alvo de pichações, unidade Rudge Ramos será transferida

O novo endereço da UBS (Unidade Básica de Saúde) do Rudge Ramos, em São Bernardo, já foi definido pela Prefeitura e fica a 400 metros da atual localização. A Rua Ângelo David Thomé deverá abrigar, em seis meses, a unidade, que hoje funciona de forma precária na Rua Londrina, em um prédio alugado.

De acordo com a Secretaria de Saúde, a assinatura da ordem de serviço para a construção da nova sede está prevista para acontecer no fim deste mês.

A unidade atual aparenta ter necessidade imediata de reformas, uma vez que o mato já chegou a avançar pela rua e pichações são referências visíveis na fachada do prédio.

Questionados sobre a situação da unidade, funcionários afirmaram que aguardam ansiosamente a transferência para o novo endereço. "Estamos esperando para sair da toca", comentou uma agente de Saúde.

A ideia de mudar a unidade foi revelada pelo prefeito Luiz Marinho em 2009, quando disse ao Diário que o custo para utilização do prédio atual era de R$ 6.000, mesmo com pisos e telhados deteriorados.