Têm histórias que somente o futebol pode contar. Contratado em meados do ano passado, o meia Bady chegou com esperança de brilhar no São Bernardo no Campeonato Paulista e quem sabe acertar com grande clube do futebol brasileiro. Mas ele teve de esperar 18 rodadas para demonstrar seu valor até marcar o gol da vitória (2 a 1) sobre o Santo André, sábado, no Estádio 1º de Maio.

Preterido pelo técnico Ruy Scarpino no início do Estadual, ele ganhou sua primeira chance somente na sexta rodada, quando entrou no segundo tempo na derrota (3 a 0) para o Bragantino. Apesar do revés, ele agradou e seria titular na próxima rodada, mas o treinador foi demitido no dia seguinte. Depois, Estevam Soares chegou e Bady voltou a jogar apenas em outra derrota (4 a 2), desta vez diante do Mogi Mirim, em pleno Estádio 1º de Maio.

 "Apesar de eu estar há quase dois meses no time, não consegui avaliar seu futebol porque temos treino e jogo direto. E quando ele entrou (contra o Mogi Mirim), perdemos", explicou Estevam, que nem relacionou Bady em muitas partidas.

Mas o destino reservou a Bady desfecho em grande estilo, apesar da desconfiança da torcida. Logo quando entrou no segundo tempo diante do Santo André, foi vaiado pelos são-bernardenses, que queriam um atacante. Para piorar, após dois minutos em campo, o São Bernardo levou o gol. "Passou um filme na minha cabeça porque das outras vezes que entrei o time também perdeu", lembrou o jogador.

No entanto, com calma, ele colocou ordem no meio-campo do Tigre e foi oportunista para marcar o gol da virada. "Estou muito feliz porque entrei bem e ajudei a equipe sair com a vitória. Mostrei que tenho potencial", afirmou o meia. "Agora, eu vou continuar lutando nessa semana e colocar uma dúvida na cabeça do Estevam. Ele viu que, mesmo quando estava fora, treinei forte. Vou manter no mesmo ritmo para buscar uma vaguinha (contra a Portuguesa, domingo)", destacou.

Presidente do  Tigre lamenta situação do rival

O presidente Luiz Fernando Teixeira lamentou a situação do Santo André, que foi rebaixado à Série A-2 do Campeonato Paulista. Segundo o dirigente, foi uma infelicidade enfrentar o Ramalhão na reta final do torneio.

"Eu preferia jogar contra eles no início da competição. Essa partida foi de vida ou morte para as duas equipes. Ganhamos por detalhes", destacou Teixeira. "O Santo André já conquistou muito mais que nós e o presidente Ronan (Maria Pinto) faz bom trabalho à frente da Saged (Santo André Gestão Empresarial Desportiva Ltda). No ano passado, ele foi campeão moral do Paulista", elogiou, lembrando da decisão de 2010, que o Ramalhão perdeu o título para o Santos por ter tido pior campanha - nos dois jogos da final, cada time ganhou por 3 a 2.

Sobre o São Bernardo, Teixeira não revelou se o elenco vai voltar a fazer uma minitemporada no Interior ou ficará na cidade. "Vamos conversar com a comissão técnica. A semana passada foi muito especial que culminou com a vitória. Mas ainda não garantimos nada", destacou. O time se reapresenta somente amanhã cedo no clube da Volks.