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Batoré admite participaçao em assassinato de policial
Do Diário OnLine
15/12/2000 | 17:47
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O menor F.P., conhecido como Batoré, 17 anos, admitiu nesta sexta-feira à polícia que participou do assassinato de um policial. O menor também afirmou que planejou seu próprio resgate quando estava na Febem. Ele teria informado seu tio que no trajeto até a Vara da Infânica e Juventude nao havia escolta e que os monitores nao usavam armas. Batoré, que fugiu da unidade da Febem de Franco da Rocha, na Grande Sao Paulo, foi preso na noite desta quinta-feira em um sítio em Itatiba, no interior de Sao Paulo. Na tarde desta sexta, ele foi transferido da 5ª Delegacia Seccional de Sao Paulo para uma unidade da Febem ainda nao divulgada por motivo de segurança.

Em seu depoimento, o menor deixou claro que faz parte de uma quadrilha que tem como outros membros seu tio, tia e irmao. O grupo nao vai em busca de alguma alvo específico, praticam vários tipos de crime. O delegado encarregado disse que para Valmir, tio do infrator e mentor intelectual da quadrilha, é interessante que Batoré esteja solto para ajudar em roubos e assumir a responsabilidade por alguns crimes.

O adolescente afirmou que ele e outros dois colegas seguiram a viatura do policial José Luis de Souza e o abordaram assim que ele parou. Segundo Batoré, seus colegas arrancaram a arma do policial e o assassinaram. O menor relatou que insistiu para que eles nao cometessem o crime, mas nao conseguiu evitar.

No último dia 4, Batoré, que já fugiu oito vezes da Febem, foi resgatado por um grupo de homens armados quando era transferido de perua da unidade de Franco da Rocha.

Junto com ele a polícia prendeu também o adolescente Renato Anderson Machado, que teria participado de seu resgate. A polícia informou que a mae dele, uma tia e outras duas garotas também foram detidas. Houve troca de tiros no sítio em que Batoré estava refugiado. Foram apreendidos com eles dois carros, uma pistola automática 9 milímetros e outra 380.

Direitos Humanos - Advogados do Movimento Nacional dos Direitos Humanos e o Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente de Sao Paulo compareceram nesta sexta-feira à 5ª Delegacia Seccional de Sao Paulo para dar apoio a Batoré.

Segundo o advogado da coordenaçao nacional dos Direitos Humanos Ariel de Castro Alves, o adolescente disse ao Ministério Público que foi forçado por policiais a assumir o assassinato de pelo menos 15 pessoas - entre elas um delegado, um sargento da Polícia Militar e dois investigadores - e de promover cerca de 50 seqüestros.

Ariel disse que nao acredita que o menor tenha sido realmente o autor dos crimes. " Ele estava com lesoes corporais por várias partes do corpo", disse. "Conheço o adolescente e ele nunca apresentou periculosidade. Reivindicamos que ele seja tratado com dignidade para que possa deixar a Febem recuperado pela porta da frente."

Ainda de acordo com o advogado, a sétima prisao de Batoré foi irregular, pois o mandado de busca foi cumprido às 3h da manha. Ariel afirma que, como a prisao nao foi em flagrante, deveria ter ocorrido durante o dia.




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