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'O Homem Sem Sombra' desanda na metade final
Patrícia Vilani
Da Redaçao
28/09/2000 | 18:39
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Em cartaz a partir desta sexta em todo o Brasil, O Homem Sem Sombra (Hollow Man, EUA, 2000), de Paul Verhoeven, criou muita expectativa nos Estados Unidos e, no entanto, decepcionou os norte-americanos. Ficou em primeiro lugar nas bilheterias no fim de semana de estréia, mas após 38 dias de exibiçao arrecadou pouco mais de US$ 70 milhoes.

A cifra pode ser grande, mas é um fiasco se comparada a filmes como Revelaçao (US$ 143 milhoes) e até mesmo o inocente Professor Aloprado 2 (US$ 117 milhoes). A diferença é que O Homem Sem Sombra gastou fortunas para criar nao somente um homem invisível, mas também o processo em que ele perde as camadas do corpo.

O resultado é impressionante, algo nunca visto no cinema. Algumas vezes pode deixar o espectador com asco, um preço que o filme paga por ser tao real. O elenco, que conta com Kevin Bacon e Elizabeth Shue, cumpre seu papel e o roteiro é razoavelmente agradável, até a primeira metade. Depois, o filme perde o rumo do suspense e se transforma numa matança barata, à la Sexta-Feira 13, com direito a muito sangue.

O competente cineasta holandês Verhoeven, conhecido por sucessos como Instinto Selvagem, Robocop - O Policial do Futuro e O Vingador do Futuro, tinha nas maos um grande mote ao explorar o conceito da invisibilidade humana, abordado inúmeras vezes no cinema. Mas cometeu um erro terrível ao dar importância demasiada aos efeitos especiais e deixar o roteiro - escrito por Andrew Marlowe, de Força Aérea Um - em segundo plano. Aliás, sao poucos os filmes que conseguem unir as duas coisas na dosagem certa.

A trama é centrada na equipe do arrogante cientista Sebastian Caine (Bacon), que trabalha no desenvolvimento de um soro de invisibilidade. O feito, patrocinado pelo Pentágono, logo é concretizado. Difícil é encontrar a fórmula de reversao. Caine, que além de egocêntrico é genial, consegue descobrir o tal antídoto, testado com sucesso em um gorila.

Após a experiência, Caine decide passar para a terceira fase do projeto sem avisar seus superiores - isto é, ele quer testar o soro em uma cobaia humana sem o consentimento do Pentágono. No caso, ele seria o voluntário. Linda (Elizabeth) e Matt (Josh Brolin), seus dois principais colaboradores, sabem de seu plano, mas nao tentam impedi-lo, porque acreditam que a idéia insana pode dar certo.

Invisível, Caine amplia suas tendências megalomaníacas e se deixa dominar pelo poder recém-adquirido. A arriscada empreitada, para piorar, nao consegue ser revertida. Durante a aplicaçao do antídoto, Caine tem um ataque cardíaco e quase morre. E quanto mais tempo passa sem ser visto, mais isso lhe afeta a mente.

A equipe conta ainda com a veterinária Sarah (Kim Dickens, de Código para o Inferno), o técnico Carter (Greg Grunberg, o Sean do seriado Felicity), o programador de computadores Frank (Joel Slotnick, o Sam do seriado The Single Guy) e a analista de dados Janice (a atriz de musicais Mary Randle, que estréia no cinema).

A partir da loucura de Carter, todos passam a ser suas caças no laboratório. Há ainda espaço para o ciúme doentio que ele tem do namoro de Linda e Matt. E para uma seqüência ridícula, que transforma o homem sem sombra em um ser indestrutível.




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