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Família é internada em R.Grande após consumir queijo estragado
Gabriel Batista e Renata Gonçalez
Do Diário do Grande ABC
23/03/2005 | 14:47
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Uma família inteira da Vila Conde, em Rio Grande da Serra, foi internada terça-feira à tarde no PA (Pronto Atendimento) Central com quadro de intoxicação alimentar. A polícia acredita que a contaminação foi causada por um queijo estragado, ingerido por pai, mãe e os quatro filhos no café da manhã. O alimento veio de Minas Gerais e foi distribuído pelo ambulante B.D.P., 35 anos, que revendia o produto em bairros da cidade. Até o fechamento desta edição, a família permanecia hospitalizada em estado de observação, mas não corriam risco de morte.

Amostras do alimento ingerido pela família foram enviadas ainda terça-feira para o Instituto Adolfo Lutz de São Paulo para ser analisadas. Outras 150 unidades de queijo que foram localizadas na casa do ambulante foram apreendidas pela polícia. O laudo deverá ficar pronto em cinco dias. A equipe de investigação da delegacia-sede de Rio Grande da Serra aguarda o resultado do laudo. Caso a contaminação seja confirmada, o ambulante será indiciado por crime contra a saúde pública, que prevê condenação de um a cinco anos de reclusão.

O delegado Marcelo Bianchi, titular da delegacia-sede de Rio Grande da Serra, afirma ainda não ter certeza da existência de qualquer substância contida no queijo que teria provocado a intoxicação, mas minimiza a suspeita de tentativa de homicídio por envenenamento. “Parece que foi mesmo por má conservação do alimento, que pode ter desenvolvido alguma bactéria.”

Mas a hipótese de intoxicação induzida chegou a ser mencionada por moradores da Vila Conde à polícia, e também será investigada, segundo o delegado Bianchi. “O laudo é que vai esclarecer realmente o que ocorreu”. Os cerca de 150 queijos apreendidos com o ambulante foram destruídos. Como ainda não há certeza de que o alimento foi o agente da intoxicação, o ambulante não foi detido.

A polícia ficará atenta à possibilidade de outros casos de pessoas que ingeriram o queijo e passaram mal. Terça-feira à noite, o Diário esteve no bairro onde mora a família e não localizou outras vítimas de intoxicação. “É estranho porque só eles (o casal e os quatro filhos) passaram mal”, disse o ajudante-geral Ivanir do Carmo, 36 anos. Ele afirma que as famílias do bairro compram laticínios do ambulante desde o fim do ano passado.

A reportagem também foi ao PA Central e falou com as vítimas da intoxicação. “Comprei o queijo e iogurte logo cedo para comermos no café da manhã. Passei mal perto da hora do almoço. Senti tontura e vontade de vomitar. Quando vi que a família inteira estava mal, chamei a ambulância”, disse o desempregado Cleosmar Santos, 27 anos, de toda a família o que ficou mais debilitado. Terça-feira à noite, ele era o único que ainda recebia soro na veia. “O gosto do queijo estava normal”, completou a mulher, Ana Paula Donato, 23 anos.



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