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PM prende investigador da Dise de São Bernardo
Rodrigo Cipriano
Do Diário do Grande ABC
12/05/2004 | 21:24
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A Polícia Militar prendeu no início da manhã desta terça-feira, na zona Leste de São Paulo, um investigador da Dise (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecente) de São Bernardo acusado de escoltar um ônibus de sacoleiros e intermediar uma tentativa de suborno. A prisão foi na rua Manoel da Silva Neto, no Parque São Lucas. Segundo os militares, ele tentou evitar a apreensão da mercadoria – cigarros, bebidas e aparelhos eletroeletrônicos contrabandeados do Paraguai, avaliados em R$ 200 mil – negociando o pagamento do suborno entre uma mulher, que seria a dona da maior parte dos produtos, e os militares.

O acerto sairia por R$ 3 mil, segundo o relato dos policiais à PF (Polícia Federal), responsável pela apuração de crimes envolvendo contrabando. A sacoleira e o investigador, cujos nomes são mantidos em sigilo, teriam sido presos depois de entregarem o dinheiro aos policiais, que fingiram aceitar a propina. Os dois estão detidos na carceragem da PF (zona Oeste da capital), e podem ser soltos caso a Justiça estabeleça uma fiança para que respondam em liberdade a processo por corrupção e contrabando. Além deles, outros 18 sacoleiros que estavam no ônibus foram levados à delegacia, mas liberados.

Caso seja condenado, o investigador pode pegar até sete anos de prisão e ser expulso da Polícia Civil. O caso também está sendo investigado pela Corregedoria da corporação, mas a versão apresentada pelos militares na PF teria sido contestada pelo agente. Ao delegado Paul Henry Verduraz, da Dise de São Bernardo, o investigador teria dito que estava a 50 metros do ônibus e que não intermediou qualquer negociação. O policial, que estava a serviço, teria sido abordado dentro de sua viatura.

O carro, sem identificação da polícia, estava sendo usado para fazer a escuta telefônica de uma “investigação sigilosa”, afirmou Verduraz. A assessoria de imprensa da PM foi procurada pelo Diário, mas não quis se manifestar. A PF acredita que a mercadoria apreendida seria distribuída em camelódromos da capital. Todo o material está apreendido no depósito da Receita Federal, em São Paulo.




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