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Mauá rompe contrato e fica sem médicos no Nardini e em UBSs
Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
28/02/2009 | 07:00
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O rompimento do contrato com o Instituto Sorrindo para a Vida deixou a situação da Saúde da cidade ainda mais caótica. O acordo, que deixa de valer a partir de hoje, ocasionou a retirada de profissionais das UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e do Hospital Doutor Radamés Nardini.

Com o fim do convênio com a Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) - responsável por todo serviço terceirizado prestado à Secretaria de Saúde de Mauá -, a cidade perde 179 funcionários. O Hospital Nardini perdeu 80 profissionais somente na área administrativa.

O resultado dessa retirada de funcionários pode ser visto ontem à tarde no atendimento das unidades de Saúde. Sem médicos, a demora por uma consulta era de cerca de quatro horas.

Funcionários concursados que continuam em seus postos disseram que a extensão do problema é tão grande que pode resultar no fechamento temporário de postos de Saúde.

O novo convênio com a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), aprovado ontem na Câmara, mas que ainda deve ser sancionado pelo prefeito Oswaldo Dias (PT), tem como objetivo reduzir significativamente o serviço terceirizado. O secretário de Saúde, Paulo Eugenio Pereira, afirmou que a nova contratada deve começar efetivamente a trabalhar apenas em abril. Até lá, porém, o atendimento passará "por turbulências".

O contrato que espera sanção do prefeito, também não deve solucionar a falta de médicos, já que a Unifesp cuidará apenas do programa Saúde da Família.

Para minimizar o problema, a administração confirma a contratação de 50 médicos por processo seletivo. No entanto, circula nos bastidores a informação de que os profissionais, contratados para atendimento no Nardini, teriam desistido do ingresso. "O salário da Prefeitura é menor. A ideia deles era prestar serviço como o que ocorria na Oscip. Caso assinem contrato com a Prefeitura, correm o risco de perder o outro emprego", diz o vereador Átila Jacomussi (PV).

Membros do Executivo, que preferiram não se identificar, confirmam que o quadro deve se agravar nos próximos dias.

A informação é de que a ordem da Prefeitura é enxugar gastos. O contrato com a Oscip, firmado ainda na gestão do ex-prefeito Leonel Damo (PV) chegou a custar R$ 5,7 milhões mensais. Com o novo convênio, a Prefeitura quer gastar R$ 1,5 milhão.




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