Nesta tarde, foi feito um exame da arcada dentária encontrada e o delegado Sérgio Alves, responsável pelas investigaçoes, ouviu o depoimento de familiares da babá, que levaram algumas peças de roubas parecidas com as encontradas perto do corpo. O laudo com os exames deve sair em 20 dias.

Rosilda desapareceu em dezembro de 1997 e, segundo o motoboy, foi morta após passar uma noite com ele na mata do Parque do Estado, Zona Sul de Sao Paulo, divisa com Diadema.

A ossada foi localizada por José Inácio de Oliveira, 49 anos, vizinho do parque. Na manha dessa quinta, ele foi até a mata em busca de mudas da planta jabarandi, que "é boa para dor de dente", mas acabou encontrando o cadáver. "Liguei para a Guarda Florestal. Eles chegaram por volta das 15h e, na manha desta sexta (essa quinta), retornaram com os policiais", contou. A ossada estava embaixo de uma árvore.

Segundo o delegado Alves, havia ao lado da ossada uma mini-blusa e um par de tamancos. "A característica fundamental é que os cabelos encontrados no corpo tinham aplique sintético, que é a lembrança mais marcante que Francisco tem dessa vítima", disse. Ele acredita que há 99% de chances da ossada ser mesmo da babá. Luiz Carlos Santos, chefe dos investigadores, acrescentou que o cadáver tinha sinais de que as maos foram amarradas para trás. "O Chico, aparentemente, a enforcou depois de amarrá-la. Uma corda foi encontrada próximo ao corpo amarrada em uma árvore." A ossada foi recolhida e encaminhada ao IML (Instituto Médico-Legal) para identificaçao.

Até entao, mesmo com a confissao do acusado, em setembro do ano passado, nao existia um inquérito para investigar o desaparecimento de Rosilda. "Isso aconteceu, porque o corpo nao havia sido encontrado. Se ficar comprovado que a ossada é mesmo de Rosilda, ele será indiciado por homicídio, e o inquérito será encaminhado ao Ministério Público", disse Sérgio Alves.

De acordo com o delegado, Francisco declarou em depoimento oficial que conheceu Rosilda no terminal rodoviário do Jabaquara, em dezembro de 1997, quando ela retornava da casa dos patroes no Guarujá. Após ganhar sua confiança, levou-a até o Parque do Estado para conhecer um suposto acampamento. Lá, ele a matou.

Segundo Luiz Carlos Santos, o motoboy declarou que entrou com a vítima pela rua Alfenas, no Jardim Campanário, em Diadema. "Ele pretendia matá-la no mesmo local onde o corpo da Selma (Ferreira Queiroz) foi encontrado. Como se perdeu, matou-a próximo à entrada da rua Baldomiro Lillo, por onde saiu após o crime."

Audiência - Francisco será ouvido no próximo dia 8 de julho, às 10h, no 1ºTribunal do Júri, na Vila Mariana, em Sao Paulo, nos processos das mortes de Raquel Mota Rodrigues e de uma garota ainda nao identificada. O juiz de Direito José Ruy Borges Pereira, que preside o Tribunal, decidiu que nao vai mais cuidar de todos os seis processos contra o motoboy. Ruy vai encaminhá-los aos demais juízes.

"Só cuidarei do caso da Selma. Poderia cuidar de todos, mas, dessa maneira, ficaria sobrecarregado, já que há outros processos em andamento", afirmou. O juiz Dácio Giraldi irá ouvir o motoboy no dia 8.

Pituxa - Até a primeira quinzena deste mês, o delegado Sérgio Alves deverá finalizar o inquérito sobre Pituxa. As investigaçoes concluíram que ela, cujo o primeiro nome é Marta, foi estrangulada por Francisco em fevereiro de 1996. Ela pode ter sido a primeira vítima de Francisco na capital.

Pituxa contou aos policiais que conheceu o motoboy no Parque do Ibirapuera, onde costumava patinar. Lá, Francisco convenceu-a a conhecer uma pista de patinaçao de um shopping, em Sao Bernardo. Os dois foram de ônibus até o Parque do Estado, onde entraram na mata. "Ele a enforcou com uma corda. Os exames, na época, concluíram que ela era virgem e nao foi estuprada, mas sim, estrangulada", disse Alves.