Setecidades Titulo Memória
O casarão referência nos séculos 19 e 20
Ademir Médici
06/09/2016 | 07:07
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O casarão do alferes Francisco Martins Bonilha possuía dois pavimentos. Foi construído no começo do século 19 e demolido na metade da década de 1950. Ficava na Rua Marechal Deodoro, esquina com a Rua Tenente Sales, espaço hoje ocupado pela Praça Lauro Gomes. Ali, entre árvores, existe hoje um marco do Instituto Geográfico e Geológico, meio escondido em meio às folhagens e que não faz referência ao casarão. Marco e jardins foram fotografados pelo casal Vicente e Elexina D''''''''Angelo. Pelo casarão do Bonilha passaram viajantes do século 19 que seguiam na interligação Santos a São Paulo, entre os quais os imperadores Pedro I e Pedro II. O casarão seguiu referência até a abertura da Via Anchieta, em 1947. Com a Anchieta, o trânsito pesado do Centro de São Bernardo foi desviado.

No casarão houve duas instalações importantes: a Intendência Municipal, em 1890, e a Câmara Municipal, em 1892. Daí porque a rua que começa em frente recebeu o nome de Rua Municipal.

Sobre o alferes Bonilha, Vicente D''''''''Angelo realizou extensa pesquisa, com ensaio redigido por Elexina D''''''''Angelo. Deste ensaio Memória extraiu as informações que se seguem.
Escravos.
Produção de chá.
Gerações paulistas.

Missão - Os primeiros Bonilha chegam ao Brasil em 1581. São espanhóis. Viajam numa das 23 naus da armada comandada pelo general Diogo Flores de Valdez. Formam a armada cinco mil homens com a missão de defender o Estreito de Magalhães dos ataques de corsários comandados pelo inglês Francis Drake.

Antepassados - Da armada faz parte um primeiro Francisco Martins Bonilha, cunhado do general Valdez, e sua mulher Antonia Gonçalves. Francisco e Antonia viajam na condição de povoadores.

Brasil - General Valdez permanece no Brasil. Francisco e Antonia também. O casal têm aqui cinco filhos. Um dos filhos, André Martins Bonilha, ocupou cargos no governo de São Paulo e casa-se no Brasil com Justa Maciel. Seguem-se duas gerações com o nome de Francisco Martins Bonilha.

Etnia - Forma-se e multiplica-se o clã Bonilha. O alferes de São Bernardo era filho de Salvador Martins Bonilha e Anna da Silva de Toledo. O capitão Salvador faleceu em Porto Feliz, interior de São Paulo, em 1820.

Nascimento - Alferes Bonilha nasceu em Porto Feliz em 1782.

1814 - Nos primórdios da Freguesia de São Bernardo - criada em 1812 - Bonilha aparece como inspetor da Estrada de Santos, que cortava a nascente Vila de São Bernardo.

São Bernardo - Bonilha cultivava e industrializava chá no povoado. Sua plantação seguia da atual Praça Lauro Gomes para os altos da atual Vila Gonçalves. Sua fábrica de chá foi registrada em 1847 e o trabalho de cultivo e industrialização era realizado por 60 escravos. Escravos que, provavelmente, construíram o seu casarão na Estrada de Santos, atual Marechal Deodoro.

Cargos e insígnia - Alferes Bonilha foi juiz de paz em São Bernardo, deputado provincial e inspetor de ensino. Além de alferes recebeu o título de Cavaleiro da Ordem de Cristo.

Família - Bonilha casou-se com Escolástica Jacinta Branco, viúva que já tinha duas filhas. Do casamento nasceu uma filha de nome Izabel Martins Bonilha que, com o casamento, fará parte da família paulista dos Toledo Piza.

Alferes Bonilha teve mais uma filha natural, fora do casamento, por ele reconhecida e que recebeu o nome de Maria Ilustrina.

Diário há 30 anos
Sábado, 6 de setembro de 1986 - ano 29, edição 6231
Manchete - País quer renegociar toda a dívida.
Grande ABC - Destino do lixo da região ainda é incerto.
Patrimônio Histórico - Eletropaulo anuncia hoje a restauração da Calçada do Lorena.
Saúde - Floricena Janini, diretora do Departamento Regional de Saúde 1.4, sediado em Santo André, confirma más condições de centros de saúde.

Em 6 de setembro de...
1916 - São presos Braz Guatemy e Francisco "de tal". Eles estavam foragidos depois de terem matado a facadas Benedicto Machado da Silva, no bairro da Cipoada, hoje área de Utinga, em Santo André.
A guerra. Do noticiário do Estadão: a ação dos italianos na Albânia; os submarinos mercantes considerados de guerra pelos neutros; a situação política na Espanha.

Hoje
Dia do Alfaiate
Dia do Barbeiro
Dia do Cabeleireiro.
Dia do Hino Nacional Brasileiro (Joaquim Osório Duque Estrada, autor da letra, e Francisco Manuel da Silva, autor da música).

Municípios paulistas
Celebram seus aniversários hoje: Boituva e Ribeirão Branco.
Boituva. Elevado a município em 6-9-1937, quando se separa de Porto Feliz.
Ribeirão Branco. Elevado a município em 6-9-1892, quando se separa de Itapeva; extinto como município em 1934, reconquista a autonomia em 1944, a exemplo e na mesma data que São Bernardo.

Municípios brasileiros
Celebram seus aniversários neste dia 6 de setembro: Aramari (BA), Belém (PB), Bernardino Batista (PB), Lambari D''''''''Oeste (MT), Messias (AL), Olinda Nova do Maranhão (MA) e Uruçuí (PI).
Fonte: IBGE.

Santos do dia
São Liberato de Loro. Nasceu na Vila de Loro, Itália, no século III. Sacerdote da ordem dos frades menores de São Francisco. Canonizado no século 19.
Colaboração:Padre Evaldo César de Souza, CssR
Ledo
Mansueto
Beltrão 




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