O comando da Polícia Militar no Grande ABC registrou 125 baladas funk nas ruas de Santo André, São Bernardo e Diadema. A partir desse número, é possível ter noção dos locais mais procurados pelos jovens para armar o pancadão. Apesar de não aparecer nas estatísticas, a pacata Rio Grande da Serra não conseguiu se livrar das festas sem regras - regadas a bebidas, drogas e barulho - que incomodam quem não gosta da algazarra.

São Caetano, até agora, está livre das confusões generalizadas dos pancadões que se espalha - como nos bairros da periferia de São Paulo. O 30º Batalhão da Polícia Militar de Mauá, também responsável por Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, apontou 15 ocorrências ligadas à perturbação do sossego. Mas não necessariamente ao funk.

Na região, Diadema lidera no número de pancadões. Foram 87. "É a maior demanda, e que gera maior preocupação", afirmou o capitão Jefferson Aurélio Cansian, do CPAM-6 (Comando de Policiamento de Área Metropolitano), órgão responsável pelas sete cidades.

As festas irregulares ocorrem geralmente nos fins de semana. Como não existe um ponto fixo, o combinado entre os frequentadores tem ocorrido pelas redes sociais, como Facebook e Orkut. Segundos depois da balada, como em um passe de mágica, as imagens, muitas não recomendáveis para crianças, podem ser vistas pelo You Tube.

"Tem hora para começar, mas não para terminar. Eles chegam e tomam conta da rua", disse uma moradora da Rua Santa Cruz, no Jardim Canhema, região periférica de Diadema. Com medo de represálias das pessoas que usam os pancadões como pano de fundo, as pessoas entrevistadas pela equipe do Diário pedem para não ser identificadas.

Com base nas ocorrências registradas pela polícia relativas a pancadões, vê-se que o Grande ABC já tem os locais de preferência dos jovens para armar a festa(veja os lugares nesta página).

E pensar que o Maluco Beleza teria na Rua Raul Seixas, no Jardim Casa Grande, em Diadema, a batida do funk em meio ao vaivém das motocicletas e de muitos adolescentes embriagados e outros drogados.

Preocupado com a crescente dos pancadões na região, o comando da Polícia Militar determinou que, no mínimo, três viaturas, inclusive da Força Tática, sejam enviadas para os locais da festa, a partir das denúncias feitas pelos moradores. E também já começa a separar as ocorrências de pancadões dos delitos de perturbação do sossego.

Em Rio Grande da Serra, por incrível que pareça, o pancadão ocorre em frente à Paróquia São Sebastião e à Praça da Bíblia. Para coibir a farra, a Prefeitura optou por medida simples: colocou placas de trânsito que proíbem estacionar carros entre 22h e 5h no local. E parece que deu certo, apesar de menos de 15 dias. "Deu uma boa melhorada", afirmou Inacia Bernardete Neto, secretária paroquial.