Criado nos anos 1970, o TO se desenvolve nos cinco continentes, tanto em países pobres como Etiópia quanto em ricos como França. “Tentarei mostrar por quais razões isso acontece e dar as bases teóricas do TO, além de dialogar com a platéia”, afirma Boal, que viaja constantemente ao exterior a fim de acompanhar as manifestações da vertente teatral que criou.
O TO tem um cunho transformador. “Toda arte está engajada em alguma coisa, e com o TO não é diferente. Uma peça de boulevard também é engajada, mas com a burguesia. Alguns artistas estão engajados com os ricos, o que é lamentá-vel”, diz Boal. Ao desenvolver o TO, o autor e diretor optou pelos oprimidos – posição coe-rente com as idéias que sempre defendeu, desde o Teatro de Arena, grupo fundado por José Renato em 1953 e do qual Boal foi um dos expoentes.
Santo André é uma cidade-símbolo para o TO. Boal esteve no município, “por volta de 1962”, dirigindo um seminário de dramaturgia voltado a operários. “Eles escreviam, e eu montei uma peça sobre uma greve, cujo autor colocou personagens reais em cena. Entre os espectadores estavam os que serviram de modelo”, afirma. Um dos operários se identificou com o fura-greve e começou uma discussão. Estava plantada a semente do TO, que Boal acabou desenvolvendo.
O Seminário Teatro e Transformação Social termina no domingo, concomitantemente ao II Encontro Nacional de Teatro do Oprimido, pelo qual se apresentam diversos grupos nacionais. Vários locais de Santo André abrigam a programação.
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