A condição de vida dos idosos do Grande ABC é relativamente pior do que a média do Estado de São Paulo. A revelação veio com o índice Futuridade, da Secretaria do Estado de Assistência Social. Cinco das sete cidades do Grande ABC tiveram números abaixo da média estadual, que foi de 43 de um espectro de zero a 100. Só Mauá, com 48,8 e São Caetano, com 44,6, ficaram acima do indicador paulista. Na outra ponta, São Bernardo e Diadema tiveram classificação baixa, com 34,9 e 32,5 respectivamente.

O estudo, que foi realizado pela primeira vez, pretente analisar as condições de vida da população com mais de 60 anos em cada município, avaliando os investimentos voltados para esse público. O índice é composto por três eixos de dados focando em Saúde, participação e proteção social.

No indicador da Saúde, o parâmetro é o índice de mortalidade de pessoas entre 60 e 69 anos. A proteção social identifica ações dos municípios em benefício dos idosos em situação de vulnerabilidade. Já a participação social é relacionada a atividades de lazer.

"Esses números não são notas para as cidades, mas sim ferramentas para que os municípios trabalhem cada vez mais ações para esse público", explica o secretário do Estado de Assistência e Desenvolvimento Social, Rogério Amato. "Essas ferramentas são importantes para que as cidades coloquem os idosos cada vez mais em suas agendas de programações, uma vez que a tendência é ter uma longevidade cada vez maior das pessoas."

Especialistas afirmam que o problema pode não ser a quantidade de programas oferecidos, mas sim a falta de aproximação do poder público ao público-alvo.

Amato salientou que o eixo da proteção social é o mais fragilizado nos grandes centros. Para mobilizar a sociedade em busca de uma melhora da qualidade de vida dos idosos, a Fundação Padre Anchieta está elaborando material didático que será distribuído nas escolas estaduais sobre as necessidades das pessoas quando entram no envelhecimento.

No Grande ABC há 257.111 pessoas com mais de 60 anos, o que corresponde a 9,89% da população (2.598.741). Essa proporção é menor do que a do Estado (10,52%), mas há municípios da região em que o número chega a 17%, como é o caso de São Caetano. Segundo projeções da Fundação Seade, o número de idosos no Estado de São Paulo deve triplicar até 2020 e ultrapassar a marca de 7 milhões.