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Atividade de empresa incendiada é investigada
Deh Oliveira
Do Diário do Grande ABC
31/03/2009 | 07:39
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Celso Luiz/DGABC


Uma lista encontrada na Di-All Química, que pegou fogo na sexta-feira, no Jardim Ruyce, em Diadema, pode ajudar a desvendar o tipo de atividade que a empresa desenvolvia. Embora a firma esteja registrada na Prefeitura da cidade como comércio varejista de produtos de limpeza, muitas substâncias encontradas na listagem não seriam compatíveis com a atividade.

A lista é extensa, composta ao todo por 47 itens. Além de preço dos produtos, a listagem trazia o telefone e e-mail de contato da empresa.

No local do acidente, técnicos da Cetesb(Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) já haviam identificado resquícios de solventes derivados de petróleo e usados na produção de borracha. Por isso, a investigação da polícia não descarta a hipótese de o local ser utilizado para adulteração de combustível. "Essa é uma possibilidade que nós vamos averiguar", disse o delegado responsável pela investigação do acidente, Gentil de Oliveira Júnior, do 4º DP de Diadema.

O delegado destacou, no entanto, que as substâncias encontradas fornecem apenas um indício, mas que é preciso analisar as provas encontradas no local do acidente com outras informações. Vizinhos da Di-All disseram que na empresa havia bastante movimentação de caminhões durante a noite.

Ontem, o delegado Oliveira Júnior foi até o local acompanhar a perícia que está sendo realizada pelo IC (Instituto de Criminalística) na empresa e nas casas atingidas. A causa do acidente só deve ser conhecida dentro de 30 dias, quando deve ser finalizado o laudo pericial do IC.

Oliveira Júnior informou que ainda não ouviu o proprietário da empresa nem funcionários que trabalhavam na Di-All. A atividade que a empresa desenvolvia no galpão que explodiu permanece ainda obscura. Segundo o Corpo de Bombeiros, a Di-All Química pediu alvará para dois tipos de atividades diferentes no período de dois anos.

Em 2007, a solicitação era para atuar como indústria e comércio de cilindros de GNV (Gás Natural Veicular) de alta pressão. Um ano depois, o pedido foi para manipular produtos de limpeza. O Corpo de Bombeiros informou que o local foi vistoriado e não foram encontrados indícios de produtos inflamáveis. Para operar com produtos químicos, a empresa deveria armazenar no galpão, no máximo, 20 mil litros.

Prejuízo - A Prefeitura de Diadema comunicou que vai notificar os donos da Di-All para ressarcir os cofres públicos dos valores gastos com a limpeza da área e a remoção de resíduos e entulho. Segundo a administração municipal, o proprietário do galpão onde a empresa funcionava também receberá notificação. Ele será informado que, assim que o local for liberado pela perícia, deve se responsabilizar pela demolição do prédio, retirada do entulho e limpeza da área.

Técnicos da Cetesb também estiveram no local ontem acompanhando o trabalho de recolhimento dos produtos químicos que restaram na empresa. Foram recolhidos 289 tambores - com capacidade para armazenar 200 litros - que eram usados para colocar substâncias químicas, sendo 278 de produtos vazios e 11 cheios. No domingo haviam sido recolhidos 140 recipientes vazios e 26 cheios, além de outros seis galões de 20 litros.




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