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Ribeirão dá calote e fica no escuro

Prefeitura não honra pagamento à empresa responsável pela iluminação pública há sete meses; serviços de manutenção estão paralisados

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
25/08/2016 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


A Rua Luz, no bairro Santa Luzia, em Ribeirão Pires, tem luz só no nome. Às escuras também estão outras vias da cidade, que não vêm recebendo manutenção devido à paralisação das atividades da empresa Ribeirão Luz, fruto do Consórcio Consladel Jaw, que há sete meses não recebe da Prefeitura o pagamento pela prestação do serviço de iluminação pública.

O mesmo problema ocorreu em novembro e dezembro. Em fevereiro, a Prefeitura renegociou com a empresa para baixar o valor do contrato e evitar atrasos nos repasses. Com o acordo, a quantia, que era de R$ 200 mil mensais, passou para R$ 120 mil.

“São sete parcelas em atraso e, nesse período, trabalhamos com o que deu para não deixar a população na escuridão. Há cinco dias, paralisamos o trabalho e, por essa razão, não estamos abrindo protocolo de serviço para manutenção das ruas que têm apresentado problema enquanto a situação não for regularizada, pois os materiais para reparo são caros e não temos recursos”, falou uma funcionária da Ribeirão Luz que preferiu não se identificar.

Demandas que foram solicitadas antes da paralisação, e cujo prazo de até cinco dias para atendimento esbarrou na data em que a empresa decidiu parar a manutenção, ficaram sem resolução. “Recebemos de 50 a 100 pedidos por dia. Muitas pessoas ligam na Prefeitura para ver se conseguem conscientizá-la em fazer acordo, mas está bem complicado, não há nenhuma previsão”, disse a funcionária.

Sem iluminação, o medo tem acompanhando os moradores que precisam enfrentar o breu para sair e chegar em casa. Na Rua Luz, a situação já ocorre há 15 dias. “Ultimamente estão tendo muitos assaltos e a escuridão facilita bastante”, frisou a estudante de Nutrição Rayane da Silva Santos, 19 anos.

Ainda no bairro Santa Luzia, na Rua Sumaré, o problema ocorre desde o dia 16. “Quando ligamos no número que consta na conta de luz, ninguém atende. E na Ouvidoria da Prefeitura dizem que, por se tratar de uma empresa particular, não podem se envolver”, relatou o operador de máquinas Elias Fontes Junior, 27.

O prefeito Saulo Benevides (PMDB) justificou a falta de pagamento à empresa com a “crise nacional”. Segundo ele, acordo está sendo estudado, porém, não deu previsão. “Estou fazendo o que posso”, disse.

Na terça-feira, a Câmara aprovou requerimento do vereador Rubens Fernandes da Silva, o Rubão (PSD), que pede providências ao Executivo.




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