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São Bernardo muda, aos poucos, a 'cara' dos asilos
Samir Siviero
Do Diário do Grande ABC
15/06/2002 | 16:43
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Desde janeiro do ano passado, quando a Vigilância Sanitária foi municipalizada, a Vigilância à Saúde de São Bernardo traçou um diagnóstico da situação de todas as casas da cidade. No mesmo período em que a Vigilância Sanitária de Santo André elaborou o ranking das casas de repouso da cidade, os profissionais de São Bernardo avaliaram os asilos do município e puniram quem não cumpria as exigências para o funcionamento, inclusive com a interdição.

A partir da municipalização do órgão, a Vigilância ganhou poder para notificar, multar e interditar as casas de repouso. Atualmente, São Bernardo tem 15 asilos em atividade, sendo que dois deles têm convênio com a Prefeitura; ao todo, 491 idosos estão abrigados nas casas de repouso.

Depois do levantamento da Vigilância, duas casas cumprem um termo de ajustamento e conduta elaborado pelo MP (Ministério Público): Casa dos Velhinhos Dona Adelaide e Casa do Coração Eucarístico de Jesus. Os asilos Casa de Repouso Paraíso, Casa de Repouso Maria Emília, Cantinho da Felicidade e Casa de Repouso Santa Luzia foram multados por não cumprirem as normas. As casas Lar de Deus é Amor e Casa do Ancião Feliz foram fechadas.

Ao dois asilos fechados foram denunciados pelo Diário há exatamente um ano por maus-tratos aos idosos e falta de estrutura para abrigá-los. As casas que foram multadas não podem desobedecer às normas, sob pena de serem também interditadas.

Três casas correm risco de fechar. “Temos de evitar o fechamento porque a maioria dos idosos ficaria sem lugar para ir, mas também não podemos deixar que as pessoas sejam maltratadas. Depois da municipalização da Vigilância, a qualidade dos serviços nos asilos melhorou consideravelmente, mas alguns ainda nos preocupam”, disse a chefe da divisão de Vigilância à Saúde, Liete Rodrigues.

Sexta-feira, a enfermeira Ana de Lourdes Boaro, da Vigilância à Saúde, visitou a Casa do Coração Eucarístico de Jesus, no bairro dos Finco, que cumpre o termo de ajustamento e conduta. “A casa mudou bastante e hoje está numa situação de razoável para boa, mas ainda tem algumas adaptações para fazer.” Os diretores da Casa do Coração Eucarístico de Jesus disseram que as punições à casa foram essenciais para a sua adaptação.

Região – Das demais cidades do Grande ABC, São Caetano é a que tem mais casas de repouso: dez. Ribeirão Pires tem sete e Diadema e Mauá, duas cada. Em São Caetano, o assessor responsável pelo Centro de Vigilância à Saúde do município, Edson Hiroshi, disse que não tem problema com as casas, já que todas cumprem a maioria das exigências.

Em Ribeirão Pires, de acordo com o coordenador da Gerência de Cidadania e Ação Social, Roberto Martins, as casas Lar Frederico Ozanan e Lar Espírita Adolfo Bezerra de Menezes têm as melhores situações da cidade. Elas se adaptaram às orientações da Vigilância Sanitária e estão inscritas no Conselho Municipal de Assistência. As demais instituições não estão inscritas, mas não têm problemas de maus-tratos.

Diadema tem apenas dois asilos, onde moram cerca de 60 idosos. De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura, a fiscalização é mais freqüente no Lar do Ancião, que tem convênio com a administração municipal. Em Mauá, 42 idosos estão internados em duas casas que, segundo a assessoria de imprensa, atendem às exigências necessárias para funcionamento.




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