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Ladrões aproveitam festa ‘rave’ para fazer arrastão
Javier Contreras
Do Diário do Grande ABC
18/02/2001 | 19:43
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Dezenas de carros foram arrombados e assaltados na madrugada de domingo nas proximidades da estrada Martin Afonso de Souza, no Riacho Grande, em São Bernardo. A grande quantidade de veículos estava no local devido a festa Rave do Forregae, na Chácara Casa Branca (na mesma estrada), que durou a noite toda ao som de shows de forró e reggae.

A festa começou às 22h do sábado e contou com a presença de cerca de 1,5 mil pessoas no local, segundo informações da empresa organizadora do evento, Fulanos Promoção e Eventos. Como o lugar não dispõe de área para estacionamento, as pessoas utilizaram a própria estrada e ruas próximas para deixar os carros. Os flanelinhas (pessoas que tomam conta dos carros) logo se encarregaram de indicar lugares e cobravam R$ 10 por carro pela vaga na via pública. Cerca de 200 veículos foram estacionados nas imediações. Durante a entrada das pessoas, por volta da meia-noite, aconteceu um pequeno tumulto e viaturas da Polícia Militar foram destinadas ao lugar. Não houve feridos ou prisões.

Após o encerramento dos shows, por volta das 4h, os flanelinhas já tinham ido embora e boa parte dos carros tinha sido arrombada. A gerente de uma agência de empregos, V.R., que está acostumada a freqüentar o local, disse ter estranhado porque geralmente os flanelinhas ficam até o final da festa para pedir mais dinheiro. “Eles não estavam mais ali e percebi pedaços de vidro de outros carros pelo chão, entendi tudo. Eles arrombaram e roubaram aparelhos de som e tudo o que havia mais de dentro dos carros”, disse V.R., que teve seu veículo Kia Sportage arrombado e o painel destruído. Os assaltantes levaram o aparelho de CD do carro. A vítima foi uma das poucas que fez boletim de ocorrência 3ºDP da cidade.

Segundo ela, apesar de o arrastão na rua, poucas pessoas quiseram registrar o assalto na delegacia. “A maioria das pessoas ficou revoltada, mas acabou indo embora. Algumas pessoas que tiveram bolsas roubadas resolveram procurar a polícia”, disse.

O comerciante José Evandro de Souza contou 38 carros com os vidros quebrados somente na rua onde estacionou. “É um absurdo ter acontecido o que aconteceu e ninguém tomar providências. Nós só queremos mostrar nossa indignação com essas pessoas que se acham no direito de cobrar dinheiro para as pessoas estacionarem em via pública. Além de tudo, agora também estão assaltando.”

O produtor da festa Renato Cazulli disse que não há como impedir que os flanelinhas fiquem circulando em ruas próximas a shows ou festas. Cazulli disse ainda que sempre quando promove um evento para uma quantidade grande de pessoas solicita viaturas policiais para realizarem rondas nas ruas próximas. “Nós colocamos seguranças e cães treinados para intimidar essas pessoas, mas não tem jeito. Todo o evento eles estão lá, circulando. E a polícia geralmente vai embora cedo, só permanecendo no início dos eventos. É um problema que acontece sempre.”




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