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Reitor da Metodista renuncia ao cargo

Depois de 10 anos, Márcio de Moraes se desliga
para concorrer a vaga na unidade de Piracicaba

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
23/08/2016 | 07:00
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 O professor Márcio de Moraes, reitor da Universidade Metodista de São Paulo, em São Bernardo, renunciou ao cargo que ocupava há dez anos. O anúncio, feito via e-mail aos funcionários da instituição de Ensino Superior na sexta-feira, ocorre em meio à crise observada entre professores e a unidade a respeito de pagamento de abono acordado em março e relacionado a reajuste de salários. O cargo passa a ser ocupado interinamente pelo coordenador de pós-graduação e pesquisa Fábio Botelho Josgrilberg.

Oficialmente, conforme a Metodista, o desligamento de Márcio de Moraes “é resultado de diálogo maduro que vem acontecendo com a instituição mantenedora há pelo menos cinco meses”. O motivo da renúncia, de acordo com a universidade, seria a participação do profissional como candidato ao processo de escolha do novo reitor da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), uma das instituições educacionais metodistas localizadas no Interior.

Conforme o representante dos docentes no Conselho Universitário e professor do curso de Jornalismo, José Carlos Faro, houve assembleia, na quinta-feira, para discutir a questão do abono salarial, cujo prazo de pagamento se encerra em outubro. “A Metodista alega que houve redução de turmas. Com essa dificuldade, fez proposta para que os professores abrissem mão do abono salarial. A categoria rejeitou, já que se trata de complementação salarial”. O benefício é referente a acordo em relação ao reajuste salarial dos docentes, fechado em 7%. Como a categoria pedia 10,57%, a Metodista concordou em efetuar a diferença do valor em outubro.

“Os professores não podem ser penalizados pela crise. A Metodista sempre cumpriu com as obrigações trabalhistas”, disse Faro. Segundo ele, os professores têm expectativa positiva sobre a nomeação do próximo reitor. “Amanhã (hoje) vamos fazer reunião para discutir como cobrar a mantenedora sobre a sucessão do professor Márcio. Afinal, é um cargo acadêmico que exige responsabilidade administrativa.”

A instituição mantém 542 professores e 23.320 alunos contando com a Educação Básica nos colégios em São Bernardo, Itapeva, Bertioga e Passo Fundo. Em São Bernardo, há campus nos bairros Rudge Ramos, Vergueiro e Planalto.

Questionada sobre possíveis problemas financeiros, a Metodista informou que o demonstrativo de resultado e balanço patrimonial, que contou com auditoria externa e foi publicado em abril de 2016, comprova que a universidade é superavitária. No entanto, admitiu que “em momentos de crise econômica, como o vivido atualmente no País, são feitas reestruturações pontuais no sentido de manter o equilíbrio financeiro da instituição.”

 

 

FSA passou por situação semelhante

 

Em agosto do ano passado, a FSA (Fundação Santo André) também passou por situação parecida. Após um ano do mandato, que estava previsto para terminar em 2018, o então reitor José Amilton de Souza renunciou em meio a uma grave crise financeira.

A instituição, que é responsável por 8.000 alunos, soma dívida de R$ 54,6 milhões em débitos em Imposto de Renda, INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e endividamento bancário. O professor alegou problemas pessoais justificando a saída.

Atualmente o cargo é ocupado pela professora Leila Modanez, ex-vice reitora, que assumiu após a renúncia de Souza e foi nomeada reitora em novembro.

Em 2008, outro reitor deixou a instituição. Odair Bermelho, afastado devido a denúncias de desvio de dinheiro da instituição.  




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