Setecidades Titulo A céu aberto
Moradores da Vila Luzita são obrigados a conviver com esgoto a céu aberto
Leonardo Santos
Especial para o Diário
23/08/2016 | 07:00
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Na viela localizada na Avenida São Bernardo do Campo, na Vila Luzita, em Santo André, moradores vivem situação crítica devido caixa de inspeção entupida, o que resulta em esgoto a céu aberto. Segundo os munícipes, o problema ocorre desde março, sem qualquer solução por parte do poder público.

A equipe do Diário esteve no local ontem pela manhã e constatou os transtornos enfrentados pela comunidade. Moradores improvisaram, com tábuas de madeira, passagem e tampa para tentar conter o resíduo mal cheiroso. No entanto, o solo se tornou escorregadio, o que dificulta a passagem dos munícipes, principalmente dos idosos e crianças.

Uma das principais preocupações dos moradores é a convivência com toda a sujeira exposta, o que pode causar até mesmo doenças. “Quando começa a chover, já fico preocupada”, desabafa a dona de casa Joilce Rufina Silva, 70 anos. Com a ajuda da comunidade, ela adicionou dois degraus de concreto à sua porta na tentativa de evitar incidentes.

Enquanto varria o chão para tentar retirar o excesso de sujeira em frente à sua residência, a doméstica Custódia Gomes, 53, conta que tem sido difícil abrir as janelas de casa. “O cheiro é insuportável. Minha neta tem de passar por toda essa sujeira, além de ser perigoso pelo risco de contrair doenças”, avalia.

“Ninguém merece viver desse jeito”, reclama a morador Maria das Dores Souza, 56. “Nós não temos condições (financeiras), mas acabamos tirando do nosso bolso por problema que eles (gestores públicos) deveriam resolver. O esgoto acaba sendo a prioridade da comunidade.”

Por meio de nota, o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) informou que esteve na viela e constatou que trata-se de assentamento irregular e que “o local não possui rede oficial de esgotamento”. Já a Prefeitura não se pronunciou.

No domingo, reportagem do Diário alertou para o problema da falta de saneamento básico na região. Pelo menos 235,2 mil pessoas vivem sem o benefício entre as sete cidades. Além disso, 66,5% do esgoto coletado pelas empresas que atuam na região são descartados nos rios, córregos e na Billings. 




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