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Igreja se rende ao ‘Pokémon Go’
Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
10/08/2016 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Personagens do jogo para celular Pokémon Go e pessoas em busca deles estão por toda a parte, inclusive nas igrejas. Diante da febre e seguindo a linha do ‘se não pode com eles, junte-se a eles’, a Igreja Católica – uma das instituições mais conservadoras do mundo – aproveita o fenômeno para atrair o público e incentivar os jovens a participarem da comunidade religiosa.

Nesta semana, a Arquidiocese de São Paulo divulgou campanha em sua página no Facebook fazendo convite aos jogadores que forem a templos católicos à captura dos Pokémons: fotografar algo que tenha gostado na igreja e compartilhar a foto com a hastag #PokemonGoIgrejaSP. A instituição pede que, antes de jogar, o usuário verifique se está ocorrendo missa nos espaços. Se estiver, a sugestão é esperar o encerramento e, nesse intervalo, participar da celebração, como “oportunidade de interagir com a comunidade que frequenta aquele espaço para além do jogo”. A campanha também conscientiza a utilização do game, com pedido de silêncio para não atrapalhar as pessoas que estão no local para rezar.

O bispo da Diocese de Santo André, responsável pelo Grande ABC, dom Pedro Carlos Cipollini, aprovou a campanha. “Foi uma jogada inteligente, pois aproveitou o interesse dos jovens para atraí-los a conhecer o que há nas igrejas”, falou. “O Pokémon é a linguagem atual da juventude, então, a Igreja tem de entender essa linguagem para dialogar através dela”, acrescentou.

Em nota enviada ao Diário, a Arquidiocese de São Paulo ressaltou que vinha acompanhando as repercussões do sucesso do jogo em outros países e chamaram a atenção algumas notícias sobre transtornos em igrejas. “Não podíamos ignorar o fato de um jogo estar movimentando a juventude no entorno dos templos. Apostamos em propor uma interação com esse jovens, sem criticá-los”. Conforme a instituição, a “nova evangelização propõe justamente que a Igreja, mais do que abrir as portas, saia ao encontro das pessoas onde elas estão e elas estão na rede, no Facebook, jogando Pokémon. Por isso, estamos lá para levar a mensagem do Evangelho.”

O padre Laudeni Ramos Barbosa, 50 anos, da Paróquia São Felipe Apóstolo, de Mauá, compartilha da opinião da Arquidiocese. “Temos de fazer esforço para entender a geração moderna e criar alternativas para motivá-la a vir para a igreja”, considerou.

O analista de fluxo de materiais Otávio Padeti, 21 anos, de São Caetano, revelou que já encontrou sete Pokémons na Paróquia Santo Antônio, no Jardim São Caetano. Ele ressaltou, entretanto, que, junto dos amigos, brinca “respeitando os limites”. O jovem vê como positiva a iniciativa da Arquidiocese. É uma forma de aproximar as pessoas, o que é realmente o papel da Igreja.”




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