Quinze anos após sua morte, Kurt Cobain virou ícone da cultura pop, tamanho é o número de filmes e referências feitas sobre ele. Seja em produções inspiradas em sua vida, como "Últimos Dias" (do cult Gus Van Sant), ou em séries de TV, incluindo um episódio de "Californication", o legado deixado pelo vocalista do Nirvana continua vivo na memória de muita gente.

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Em 1998, Nick Broomfield gerou controvérsia com o documentário "Kurt & Courtney", que investigava o suicídio do torturado artista e apontava para a possibilidade de Courtney Love ter encomendado a morte do marido. Bem menos polêmico, mas também de caráter não-ficcional, é a produção "Kurt Cobain - Retrato de Uma Ausência", que chega nesta sexta-feira aos cinemas de São Paulo.

Apesar da estreia tardia por aqui - o filme foi exibido pela primeira vez em 2006, no Festival Internacional de Cinema de Toronto - o documentário vale pelo registro que faz de Cobain e do restante da banda. Em pouco mais de uma hora e meia, o diretor AJ Schnack resumiu cerca de 25 horas de entrevistas dadas pelos integrantes do Nirvana ao jornalista Michael Azerrad.

De posse dessas gravações, Azerrad havia lançado em 1993 o livro "Come As You Are: the Story of Nirvana", uma biografia não-oficial do grupo. Foram meses de conversas com a banda e seus amigos, parentes e colegas.

No documentário de Schnack, os áudios vão narrando a história do grupo por meio das declarações de seus próprios integrantes e dos outros entrevistados. Enquanto isso, na tela são mostradas cenas do cotidiano de Seattle, Aberdeen e Olimpia, cidades que sediaram a formação do Nirvana.

A trilha sonora é um capítulo à parte, com bandas do cenário independente que influenciaram Cobain, como The Melvins, The Vaselines, Mudhoney e Butthole Surfers, entre outras. Mas também sobra espaço para artistas que alcançaram o mainstream, como R.E.M., Queen e David Bowie.