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Aidan protocola 14%
de reajuste na Câmara
Havolene Valinhos
Do Diário do Grande ABC
03/05/2011 | 07:21
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O prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), protocola hoje na Câmara projeto de lei que prevê reajuste de 14% ao funcionalismo público.

Aidan enfatizou ontem, no Consórcio Intermunicipal, que não mudaria de ideia com relação ao aumento dos servidores. Ele ofereceu na semana passada 14% de reajuste real, sendo 8% repassados imediatamente e os 6% restantes em dezembro, além de R$ 50 incorporados aos vencimentos e R$ 250 de abono a serem pagos no mês de julho. Contudo, em assembleia na quinta-feira, os servidores recusaram a proposta. Eles reivindicam as perdas salariais da categoria referentes a 1997, que beiram 62% de reajuste.

Aidan rechaçou que tenha prometido, em 208, cobrir todas as perdas como vem sendo propagado pelas lideranças sindicais. "Acho que estão equivocados. Na minha primeira campanha tinha projetos e não promessas. Não posso ser irresponsável em conceder aumento de 30%, 50%."

O prefeito fez questão de salientar que a recusa dos 14% foi feita por poucos servidores. "Muitos funcionários que converso não concordam com isso." Para ele, o percentual equivale, proporcionalmente, a 20% de aumento para quem ganha menos de R$ 1.000.

O chefe do Executivo aproveitou para dar uma cutucada na gestão anterior, comandada pelo petista João Avamileno. "Em 12 anos, eles deram 15% de reajuste, eu em quatro (se a proposta for aceita) até 2012 vamos chegar aos 30%, isso é, o dobro. Além de R$ 2.000 de abono."

O prefeito pontuou também que durante cinco anos os servidores não receberam nada de aumento. "Em um dos anos deram 1,32%. Isso é um desrespeito monstruoso." Ele demonstrou desconforto ao dizer que o governo petista nunca foi questionado sobre o assunto.

Algumas lideranças do Sindicato dos servidores ficaram incomodadas com a posição de Aidan. Mas, oficialmente, a presidente da entidade, Fátima de Carvalho, disse que continuará lutando por reajuste maior. Já que, mesmo com o protocolo do projeto de lei na Câmara hoje, a reunião da mesa de negociação será realizada amanhã e, depois disso, terá uma posição concreta. E quinta-feira haverá nova assembleia da categoria para votação do resultado da reunião entre o Paço e o sindicato.

Na região, quando se fala em funcionalismo, os 14% só não ultrapassam os 15% concedidos pelo ex-prefeito de São Bernardo William Dib (PSDB), em 2008. À época, ele repassou aos servidores o reajuste em três parcelas de 5% durante o período.

PLANO DE CARREIRA

O PCCV (Plano de Carreira, Cargos e Vencimentos) também foi comentado por Aidan. O petebista adiantou que aguarda a criação de nova proposta. "Reuni as categorias várias vezes. As três possibilidades foram rejeitadas. Vamos conversar outra vez."

Prefeito bloqueará contrato de palhaços

A polêmica em torno da contratação da empresa Produz Eventos e Representações Artísticas feita pela Prefeitura de Santo André, que, entre outras ações, prevê pagamento de R$ 165 mil para o projeto ‘Alegria em Santo André', durante o ano, tem mais um capítulo. Ontem, Aidan Ravin garantiu que o contrato com a empresa, que faz apresentações com palhaços, será cancelado.

O prefeito afirmou que "a verba destinada para o contrato não é ilícita", como sugeriu o vereador de oposição Tiago Nogueira (PT) na última sessão, quando fez graves acusações sobre o caso.

O parlamentar utilizou termos como caixa dois, maracutaia e levantou a suspeita de que o dono da empresa era primo do secretário de Cultura, Edson Salvo Melo, responsável por fechar o negócio. "Ele precisa provar, pois se fala o que quer. Acho que o secretário de Cultura não será penalizado porque não tem parentesco com essa pessoa." A ideia não é brigar com o vereador. "Mas queremos respeito", desabafou Aidan.

Contudo, argumentou que a empresa executa plenamente as apresentações nos Cesas (Centros Educacionais de Santo André) e que ele próprio já acompanhou as atividades. O cancelamento do contrato seria justificado por conta "da dúvida que se levantou". "Vamos avaliar. Se a empresa tiver prejuízo, a Prefeitura deve bancar." De acordo com ele, se ficasse quieto seria conivente com um dos lados. "Não sou com nenhum." A ideia do prefeito é contratar nova empresa - ainda não definida - para evitar a paralisação dos trabalhos nos Cesas.

No requerimento enviado por Nogueira aos ministérios da Educação e do Trabalho pedindo apuração do contrato, a Produz já recebeu R$ 575,4 mil em 2010 e R$ 310 mil em 2011, total de R$ 885,4 mil.




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