A polícia apreendeu 17 peças inteiras de palmito – cerca de 50 Kg – que haviam sido retiradas de palmeiras da reserva Biológica do Alto da Serra de Paranapiacaba, em Santo André. Os palmitos estavam sendo levados dentro de um fardo por Silei Gomes Aniceto, 23 anos, conhecido como Buiú, morador de Rio Grande de Serra. Ele foi surpreendido por vigilantes do Instituto Botânico, que funciona dentro da reserva, por volta das 18h de sexta-feira próximo à rodovia SP-122, que faz a ligação entre Ribeirão Pires e Paranapiacaba. Além do carregamento de palmito também foi apreendido um facão, provavelmente utilizado para cortar os palmitais – palmeiras que produzem o palmito.

Segundo um vigilante da empresa GVS, responsável pela segurança na reserva, que preferiu não se identificar, Buiú costuma trabalhar no local com mais três pessoas. “Eles vão em um dia para fazer o corte das plantas e voltam no dia seguinte para recolher o palmito. Sábado conseguimos pegar o Buiú. Não é a primeira vez que ele rouba palmitos”, contou. A Polícia Militar foi acionada e o rapaz encaminhado ao 1º DP de Santo André. A delegada plantonista Cibele Mezzalira Sanches registrou o BO 2131, por crime ambiental. No entanto, Silei não foi preso. Seu nome consta apenas como averiguado no caso, que será investigado pelo 6º DP da cidade. O facão entregue à polícia foi encontrado pelos vigilantes da reserva no último dia 11 escondido em meio ao matagal.

A Reserva Biológica do Alto da Serra de Paranapiacaba é uma área de 306 hectares com vegetação nativa da Mata Atlântica. O Instituto de Botânica está instalado na reserva para a realização de pesquisas. De acordo com o vigilante, a devastação da mata para a extração de palmitos e de outras espécies vegetais vem ocorrendo há vários anos no local, mas a fiscalização é precária. “Somos apenas sete vigilantes para fazer a guarda de toda essa área e não temos nem uma viatura”, relatou.

A Lei de Crimes Ambientais (lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998) prevê, em seu artigo 40, pena de reclusão de um a cinco anos para quem causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação, que incluem as Reservas Biológicas.

Samambaias – Outro tipo de vegetação já foi retirado da área de proteção de manancial próxima à rodovia SP 122, em Santo André. Em junho do ano passado uma equipe de fiscalização do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) apreendeu um carregamento com quatro maços de folhas de samambaia nativa. Na ocasião, três pessoas, também moradoras de Rio Grande da Serra, foram flagradas recolhendo as plantas. Elas faziam o serviço para um floricultor e recebiam R$ 10 por maço. As samambaias serviriam para a montagem de coroas de flores.