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Família vai processar Hospital São Bernardo
Maíra Sanches
19/05/2011 | 07:24
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Os parentes do auxiliar administrativo Lucas Barbosa Lima de Souza, 23 anos, que morreu no sábado vítima de infarto no Hospital São Bernardo, vai processar o hospital e o convênio médico por negligência.

A família acusa o hospital de não ter oferecido atendimento cardiológico necessário para dar assistência ao paciente, que era conveniado da Intermédica e estava internado desde o dia 8.

Para poder dar entrada na ação judicial. a mãe da vítima, Antonia Regina Barbosa de Souza, 43, aguarda a liberação do atestado de óbito de Lucas, o que deverá acontecer amanhã, e o relatório prometido pelo hospital com os procedimentos médicos adotados durante o período de internação do paciente. "Vamos registrar boletim de ocorrência e dar início ao processo. Mas nenhum dinheiro no mundo vai pagar o que estamos passando. Esses médicos são assassinos e precisam perder seus registros."

A mãe sustentou que o convênio deve ser responsabilizado por "ter vetado" a cirurgia de correção na válvula da aorta do coração. Já o hospital, segundo Regina, deve responder pela falta de assistência no dia da morte, quando Lucas chegou a desmaiar duas vezes. A vítima sofria de Síndrome de Marfan, que pode levar ao aneurisma caso não haja intervenção cirúrgica.

A família relatou que o hospital não se ofereceu para custear o velório e enterro. "A empresa em que ele trabalhava pagou as despesas", disse a mãe.

Procurado, o Hospital São Bernardo, localizado na Avenida Lucas Nogueira Garcêz, não se pronunciou a respeito da possibilidade de responder o caso na Justiça.

Em nota, a Intermédica esclareceu que o paciente foi internado uma semana antes com pneumonia e que foi assistido por um pneumologista, clínico-geral e cardiologista.

O convênio afirma que Lucas foi atendido e medicado após o primeiro desmaio, identificado como hipotensão (baixa pressão arterial), mas que o jovem não reagiu às reanimações realizadas após a parada cardiorrespiratória.

 

 

 

Usuária relata desordem e mau atendimento na unidade

 

Foi a primeira vez que Brian Viana da Silva, 3 anos, foi levado ao Hospital São Bernardo para atendimento de urgência. Ele acordou com febre na terça-feira, e a tia Elisângela Viana, 24, decidiu buscar atendimento na unidade, por volta das 11h.

De acordo com a tia, o primeiro médico que atendeu a criança pediu um exame de sangue, que ficou pronto após três horas. "Nesse tempo não recebemos assistência e nem conferiram a temperatura do meu sobrinho." Apenas no início da tarde, ela soube que o garoto estaria com sintomas de meningite. No entanto, a profissional responsável pelo exame chegou ao hospital quase 20h, o que revoltou Elisângela. "Tive de insistir muito até conseguir uma mamadeira. Ele ficou o dia todo sem comer para fazer os exames."

Para Elisângela, a revolta maior aconteceu quando os diagnósticos foram dados, por volta das 20h, alegando a ocorrência de uma inflamação na garganta. "Então para quê todos esses exames?", indagou. No receituário, o médico ainda prescrevia remédio contra a tosse, sintoma não apresentado pela criança. "Além disso, os atendentes são estúpidos e ninguém ajuda em nada." Brian se recuperou e passa bem.

A direção do hospital afirmou que irá avaliar os procedimentos médicos adotados, bem como as condutas dos profissionais envolvidos.




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