Após a CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) definir o preço da primeira vacina contra a dengue no Brasil, apenas a Prefeitura de São Caetano, entre as sete cidades, estuda disponibilizar o benefício na rede municipal. A princípio, o Ministério da Saúde e o governo estadual declararam que não há previsão de incorporação ao SUS (Sistema Único de Saúde) da imunização. Já as clínicas particulares da região esperam oferecer as doses até o fim do próximo mês.

No Paraná, o governo estadual investirá R$ 50 milhões na aquisição do produto e 500 mil pessoas serão imunizadas nos 30 municípios com maior circulação viral da doença. A vacinação começa no dia 13 de agosto. A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo disse que não há expectativa de situação similar em território paulista.

Fabricada pela empresa francesa Sanofi Pasteur e aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em dezembro, a vacina vai custar entre R$ 132,76 e R$ 138,53 por dose. A variação dependerá do valor da alíquota de cada Estado e deverá ter adicional de acordo com a unidade de Saúde.

Ontem, a equipe do Diário entrou em contato com 12 clínicas de vacinação na região. No site da Pró-Saúde, no Jardim do Mar, em São Bernardo, aviso informa que a reserva para a vacina pode ser feita via WhatsApp. Pelo aplicativo, a previsão é de que a imunização esteja disponível para a segunda semana de agosto. Na Clínica Pró Vita Saúde, no mesmo bairro, a estimativa é a mesma.

Na Pró-Imune Santo André (unidade do bairro Jardim), atendente destacou que vacina deve chegar “no fim de agosto, começo de setembro”. “Não sei se nessa unidade, mas em alguma da Pró-Imune terá. Vai dando uma ligadinha”, acrescentou. A clínica também tem unidades em São Bernardo e São Caetano. Na Lab Hormon, ainda em Santo André, a informação passada foi de que a imunização contra a dengue chegue “provavelmente, só no ano que vem.”

A vacina chamada Dengvaxia previne contra os quatro sorotipos da dengue, no entanto, não se estende aos vírus zika e chikungunya, também transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti. Tem 65,6% de eficácia e poderá ser aplicada em pacientes de 9 a 45 anos. O tratamento inclui três doses, com seis meses de intervalo entre elas.</p> <p>Especialistas salientam que a eficácia da vacina é baixa, porém, é válida. “Não tem efeito colateral, é segura”, falou o infectologista do Hospital e Maternidade Brasil Munir Akar Ayub.

“A vacina é ideal no aspecto de proteger os quatro subtipos de vírus da dengue. A doença infecta por ano cerca de 400 milhões de pessoas. Se reduzir um terço, conseguiu um prodígio”, ressaltou o professor responsável pela disciplina de Infectologia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Hélio Vasconcellos Lopes.</p> <p>Casos suspeitos da doença têm queda de 66,2% no primeiro semestre

Levantamento mais recente feito pelo Consórcio Intermunicipal do Grande ABC apontou que, até 25 de junho, as sete cidades registraram redução de 66,2% no número de casos suspeitos de dengue em comparação com o mesmo período de 2015. O total de notificações somou 9.001 ante 26.772 ocorrências em 2015. No ano passado, sete pessoas morreram vítimas da doença.

Dos municípios que retornaram as informações ao Diário, Santo André registrou 271 casos autóctones (contraídos na cidade) no primeiro semestre, contra 1.369 no mesmo período do ano passado. São Caetano teve queda de 342 para 29 casos, redução de 91,52%. Em Ribeirão Pires, os seis primeiros meses de 2015 registraram 19 ocorrências e, neste ano, apenas uma.