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Plano de remediação do Barão de Mauá segue a passos lentos

Etapa de intervenções, iniciada em outubro
de 2014, deveria ter sido concluída em abril

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
21/07/2016 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


O processo de recuperação ambiental do Condomínio Residencial Barão de Mauá, no Parque São Vicente, em Mauá, iniciado em outubro de 2014, está atrasado. O primeiro de dois ciclos de melhorias acordadas em plano de remediação apresentado pelas rés no caso – Cofap, Administradora e Construtora Soma, SQG Empreendimentos e Construções e Paulicoop –, o Ministério Público e a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) deveria ter sido finalizado em abril, o que ainda não aconteceu. Moradores da área onde explosão em bomba da caixa-d’água culminou na morte de um operário e deixou outro ferido em 2000 seguem descrentes acerca da resolução do problema.
A primeira fase de intervenções, em andamento, prevê desde ampliação do sistema de extração de gases, remoção de resíduos, pavimentação das garagens e monitoramento ambiental, além de tratamento das águas subterrâneas. Em paralelo, deveria ter sido iniciada a construção de dois prédios para acomodar provisoriamente moradores dos apartamentos dos andares térreos de 11 blocos, medida necessária para análises durante a segunda etapa da recuperação ambiental.
Em visita ao local, , na tarde de ontem, a equipe do Diário conversou com moradores do condomínio, cujo solo concentra 44 substâncias tóxicas, sendo uma delas o gás metano, causador de graves danos à saúde e que também amplia os riscos de explosões. A principal preocupação é que as atividades sejam paralisadas antes do fim por falta de verba, tendo em vista a situação financeira de algumas rés, ou por decisão judicial.
Conforme o MP (Ministério Público), o plano de remediação está sendo cumprido em caráter provisório, tendo em vista que ainda está pendente o julgamento de recursos especiais perante o STJ (Superior Tribunal de Justiça) do acórdão do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) que determinou a sua execução.
“A promotoria diz que já foram investidos R$ 26 milhões nesse primeiro processo e que a SQG Empreendimentos e Construções e Paulicoop está em recuperação judicial. O projeto total teria custo de R$ 73 milhões. Quem garante que esse plano vai ser finalizado?”, questiona o morador do local Lindomar Alvins, 46 anos.
Para a corretora de seguros e Saúde Viviane Zanateli, 41, moradora do local há 15 anos, a situação é de indignação. “Quando parece que o problema vai ser resolvido e vamos conseguir regularizar a documentação dos imóveis, vem um balde de água fria”, diz. Uma das principais reclamações é a falta de informação para as 350 famílias que residem no condomínio. “Não há explicações sobre o que está sendo feito e quais os próximos passos.”
Cartilha distribuída aos moradores acerca do processo de descontaminação não dá prazos para que o procedimento seja finalizado. O documento com 14 páginas destaca que a segunda e última etapa de intervenções prevê a finalização da remoção e do tratamento dos resíduos, continuação da extração de gás metano do subsolo, análises do subsolo nos apartamentos térreos de 11 blocos. Por fim, o projeto inclui ainda o plantio de árvores e recuperação das áreas verdes existentes. Outra melhoria prevista é a implementação do conceito e instalação de coletores apropriados de coleta seletiva.
Nenhuma das rés se manifestou sobre o tema.




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