Funcionários de duas empresas cobram pagamento de salário atrasado
Pelo menos 25 mil usuários do sistema de transporte público intermunicipal estão sendo prejudicados pela paralisação de 450 funcionários da Viação Ribeirão Pires e Eaosa (Empresa Auto Ônibus de Santo André) desde a tarde de terça-feira. Os trabalhadores cobram o recebimento do salário de junho para retornar ao serviço. Foram afetados moradores de Santo André, São Caetano, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.
O coordenador da subsede de Mauá do Sintetra (Sindicato dos Rodoviários do Grande ABC), Erivan Vicente de Moura, destaca que a greve foi a única alternativa, após atraso dos salários desde o dia 6. “A proposta era acertar o pagamento até às 16h da terça-feira, no entanto, a empresa chamou o sindicato e informou que não tinha dinheiro”, diz.
Não há previsão de retorno das atividades, conforme o Sintetra. Na tarde de ontem, em assembleia, os funcionários decidiram manter a paralisação até que haja o acerto dos honorários atrasados. “É um problema recorrente e os trabalhadores entendem as dificuldades que a empresa vem passando, mas chegou no limite. Os motoristas e cobradores têm contas para pagar e não podem ficar esperando. Por outro lado, a empresa não procurou o sindicato para tentar negociar”, ressalta Moura.
A EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) informou que monitora o movimento dos motoristas e cobradores das empresas Eaosa e Ribeirão Pires, que operam, juntas, 18 linhas. Por outro lado, sugeriu alternativas operacionais para que o usuário do transporte intermunicipal seja afetado o mínimo possível. Entre as opções disponíveis estão alguns ônibus municipais, a Linha 10-Turquesa da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e as linhas da Rigras, que fazem itinerário semelhante e foram reforçadas. As informações podem ser acessadas em www.emtu.sp.gov.br/emtu/pdf/eaosagreve.pdf.
Baltazar José de Souza, proprietário das duas empresas, não foi localizado pela equipe do Diário para comentar o assunto. A secretária do empresário informou que ele está viajando no momento.
Em entrevista ao Diário no início de maio, o empresário já havia destacado a situação delicada das sete empresas de sua propriedade, que operam 39 linhas intermunicipais entre o Grande ABC e a Capital, atendendo 90 mil passageiros diariamente. Um dos agravantes para as dificuldades financeiras enfrentadas pelo grupo (que está em processo de recuperação judicial desde 2012) é o atraso nos repasses da EMTU referentes às gratuidades de idosos e estudantes desde setembro de 2015, conforme Baltazar. A EMTU nega ter débitos com a empresa.
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