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Greve afeta 25 mil usuários do transporte intermunicipal na região

Funcionários de duas empresas cobram pagamento de salário atrasado

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
14/07/2016 | 07:00
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Pelo menos 25 mil usuários do sistema de transporte público intermunicipal estão sendo prejudicados pela paralisação de 450 funcionários da Viação Ribeirão Pires e Eaosa (Empresa Auto Ônibus de Santo André) desde a tarde de terça-feira. Os trabalhadores cobram o recebimento do salário de junho para retornar ao serviço. Foram afetados moradores de Santo André, São Caetano, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

O coordenador da subsede de Mauá do Sintetra (Sindicato dos Rodoviários do Grande ABC), Erivan Vicente de Moura, destaca que a greve foi a única alternativa, após atraso dos salários desde o dia 6. “A proposta era acertar o pagamento até às 16h da terça-feira, no entanto, a empresa chamou o sindicato e informou que não tinha dinheiro”, diz.

Não há previsão de retorno das atividades, conforme o Sintetra. Na tarde de ontem, em assembleia, os funcionários decidiram manter a paralisação até que haja o acerto dos honorários atrasados. “É um problema recorrente e os trabalhadores entendem as dificuldades que a empresa vem passando, mas chegou no limite. Os motoristas e cobradores têm contas para pagar e não podem ficar esperando. Por outro lado, a empresa não procurou o sindicato para tentar negociar”, ressalta Moura.

A EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) informou que monitora o movimento dos motoristas e cobradores das empresas Eaosa e Ribeirão Pires, que operam, juntas, 18 linhas. Por outro lado, sugeriu alternativas operacionais para que o usuário do transporte intermunicipal seja afetado o mínimo possível. Entre as opções disponíveis estão alguns ônibus municipais, a Linha 10-Turquesa da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e as linhas da Rigras, que fazem itinerário semelhante e foram reforçadas. As informações podem ser acessadas em www.emtu.sp.gov.br/emtu/pdf/eaosagreve.pdf.

Baltazar José de Souza, proprietário das duas empresas, não foi localizado pela equipe do Diário para comentar o assunto. A secretária do empresário informou que ele está viajando no momento.

Em entrevista ao Diário no início de maio, o empresário já havia destacado a situação delicada das sete empresas de sua propriedade, que operam 39 linhas intermunicipais entre o Grande ABC e a Capital, atendendo 90 mil passageiros diariamente. Um dos agravantes para as dificuldades financeiras enfrentadas pelo grupo (que está em processo de recuperação judicial desde 2012) é o atraso nos repasses da EMTU referentes às gratuidades de idosos e estudantes desde setembro de 2015, conforme Baltazar. A EMTU nega ter débitos com a empresa. 




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